Conferência W3C Web.br 2013 – Dia 2

No primeiro dia fizemos um passeio através da história da internet, aprendemos a importância do WAI-ARIA, ganhamos umas dicas sobre Design Responsivo e Games em HTML5, além de ficar por dentro das próximas novidades de CSS3. Mas muita coisa ainda estava por vir! Pushing the Web Forward A abertura do evento ficou por conta do

No primeiro dia fizemos um passeio através da história da internet, aprendemos a importância do WAI-ARIA, ganhamos umas dicas sobre Design Responsivo e Games em HTML5, além de ficar por dentro das próximas novidades de CSS3. Mas muita coisa ainda estava por vir!

Pushing the Web Forward

A abertura do evento ficou por conta do Kris Borchers, diretor executivo da jQuery Foundation. Kris explicou o processo criativo por traz de funções legais do jQuery como Touch Events e SimplePush, com uma demonstração super interessante utilizando os próprios slides da palestra que sincronizavam em tempo real em diversos tipos de dispositivos através de uma URL. Mas isto não foi tudo! Kris deu uma verdadeira aula sobre como as comunidades de desenvolvimento globais podem influenciar os futuros webstandarts e fazer da internet um lugar melhor.

Confira os slides da palestra em Push Talk.

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– Nossa visão: Um mundo onde todo o conteúdo da web é construído através de padrões abertos e é acessível a todos os usuários.

– Menos código é melhor. São menos coisas que podem quebrar. Menos coisas para concertar. E é simplesmente bonito!

Como progredir a Web?

Após a abertura, Kris Borchers continuou no palco justamente com Nathália Sautchuk (CGI.br), Yasodara Córdova (W3C Brasil) e Sérgio Lopes (desenvolvedor na Caelum) para um debate acalorado sobre os rumos da Web. Os participantes (e a platéia) se revezaram respondendo e formulando perguntas instigantes como “Como o desenvolvedor comum pode fazer a web progredir?” ou “Como fazer o usuário leigo entender e se envolver o processo de desenvolvimento e criação de padrões?”. O debate passou por tópicos como as vantages e desvantagens da implantação do ensino de programação na escola, pequenos desenvolvedores vs. grandes corporações e a importância da comunidade Open Source. Ninguém saiu de lá com respostas absolutas para estes questionamentos, mas tenho certeza de estarmos fazendo as perguntas certas e é justamente através deste tipo de diálogo que a web pode progredir.

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– O primeiro passo para fazer a web progredir é não deixar ela regredir.

– É importante abrir espaço para discussões sobre as dimensões legais, culturais, políticas e humanas como o março civil da internet.

– Precisamos trazer a tecnologia para perto do usuário para que ele possa sentir as mudanças no seu dia-a-dia.

– A comunicação entre a comunidade também é fundamental para que a tecnologia evolua. Se cada um tentar uma solução em separado fica difícil chegar em um consenso.

Digital Publishing

2 keynotes e um debate. Tudo para abordar, de todos os ângulos possíveis, o conceito de Digital Publishing ou Editoração Digital.

Parte I

O primeiro a se apresentar foi Fernando Tavares da editora Simplíssimo. A palestra abordou os aspectos de produção de livros digitais em formato ePub e a dificuldades de autores e editoras nesta mudança de paradigmas. A comparação que Fernando utilizou foi a mudança de estado de sólido (o livro em seu objeto físico da natureza fixa) para o líquido (livros digitais fluídos). Fernando comentou que esta mudança radical de suporte, e o choque cultural inicial do mercado em lidar com ela, é semelhante ao que ocorreu no passado quando os livros manuscritos passaram a ser impressos. A palestra ainda abordou a anatomia de um ePub e mostrou que o desenvolvimento de livros digitais, essencialmente, é muito próximo a criação de páginas HTML.

– E necessário entender o livro não como um formato físico, mas sim como uma porção de conteúdo como começo, meio e fim.

– O EPUB3 é um HTML5 domestificado.

Parte II

A segunda etapa foi liderada pelo jornalista Rafael Kenski (Abril). O tema da palestra mais uma vez foi a mudança de paradigmas, mas desta vez no mercado do jornalismo. A idéia principal aqui é que é preciso esquecer. Esquecer os conceitos tradicionais de mídia já que a web abre portas para novos formatos de storytelling como os ARGs, por exemplo. Esquecer o conceito de público-alvo já que na internet é possível atingir uma audiência mais ampla. Esquecer o estereótipo de leitor passivo já que as pessoas interagem de maneira muito mais direta através de redes sociais ou até mesmo de jornalismo colaborativo. Esquecer o papel social da imprensa já que pequenos blogs indivíduaiss tem o mesmo poder de reframing que a mídia tradicional. Esquecer o conceito de publicação já que as marcas podem criar um ecossistema muito mais amplo de produtos e serviços. Esquecer até mesmo como vender, já que o BitCoin, por exemplo, tem o poder de modificar radicalmente a economia global. Rafael comentou ainda sobre as semelhanças entre o jornalismo aberto e as comunidades Open Source. Uma palestra tão inspiradora que quase deu vontade de largar tudo e virar jornalista.

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– Ser jornalista é quase igual ser desenvolvedor: somos pagos para escrever milhares de linhas, trabalhar madrugada adentro bebendo café, o texto é vendido em formato aberto e é muito divertido.

– Jornalismo precisa servir para alguma coisa, mas nem sempre é uma função engajada. As vezes a função é entreter, relaxar ou distrair em um momento de tédio.

– Jornalismo é resolver um problema através da informação. Sem esquecer a comunicação clara e correta, rigor na informação e ética.

Parte III

A terceira parte foi um debate entre os dois apresentadores, moderados por Gustavo Faleiros (InfoAmazonia). As perguntas da platéia compreenderam temas como direitos autorais, DRM Social e diferenças entre o mercado nacional e internacional. Foram sugeridas ainda maneiras alternativas de monetização, como utilizar livros distribuídos gratuitamente como um marketing para a promoção de palestras e eventos.

– Direito autoral é uma corrida entre gato e rato onde o gato sempre vai perder.

– O DRM ainda é uma tecnologia muito cara. É como comprar um cofre de R$10.000 para proteger R$500.

Rafael Kenski, Fernando Tavares, Gustavo Faleiros.

A próxima palestra contou com a presença de três profissionais da W3C Brasil: Yaso Córdova (Developer Relations), Reinaldo Ferraz (Especialista em desenvolvimento web) e Vanessa Tonini ( Grupo de Trabalho em Acessibilidade). Cada um deu seus pitacos sobre padrões e tendências.

Parte I

Reinaldo nos deu uma visão geral sobre as diferentes possibilidades da Open Web plataform em diferentes setores como: desenvolvimento voltado automóveis, games, sinalização digital, internet como plataforma de conexão entre governo e comunidade e publicações editoriais digitais. Sobre este último fomos apresentados a formatos inusitados como web novelas de até 100 palavras, criadas especialmente para serem lidas em celulares e muito populares no Japão. Ou a linguagem MathML que permite a marcação de fórmulas matemáticas. Ainda falando sobre o mercado editorial Reinaldo comentou sobre os próximos desafios como semântica, conteúdo colaborativo, maneiras alternativas de geração de receita como publicidade dentro de livros e micro transações.

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– A Web se tornou uma plataforma aberta. O conteúdo não é mais passivo.

Parte II

A palestra da Yaso começou com um esclarecimento. As W3C trends não são necessariamente modismos passageiros. Na verdade algumas destas tendências já estão em desenvolvimento a mais de 10 anos e vão agregar valor ao seu código. Então fomos apresentados a diversas idéias criativas de como a wev pode ser utilizada para a solução de problemas, economia de recursos, aprendizado coletivo e geração de novos negócios e serviços. A Yaso também comentou sobre a Web das Coisas e como é possível conectar pessoas e objetos para coletar dados e transformar a vida em sociedade.

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– A Open Web é uma nuvem infinita de pessoas onde podemos extrair informações para viver colaborativamente em sociedade.

Parte III

A última palestra foi apresentada pela Vanessa Tonini. A Vanessa comentou um pouco sobre dezenas de propostas, rascunhos, idéias e grupos dentro da W3C que estão trabalhando em conjunto para a resolução de desafios que a comunidade de desenvolvimento ainda enfrenta como otimização de performance, preocupação com a segurança, proteção da privacidade do usuário, internacionalização e inclusão de pessoas. Nos slides da palestra a Vanessa forneceu diversos links para que qualquer um que se interesse por estes temas possa se juntar aos grupos e propor soluções para estes problemas. A Vanessa adiantou ainda os planos da W3C para a comunidade de desenvolvimento brasileira como inclusão de casos de documentação, cursos online em português, concursos e premiação e até mesmo a criação de um laboratório da Web das Coisas.

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– A função do HTML5 é diminuir o abismo entre desktops e aplicativos móveis.

– O HTML5 se tornará recomendação oficial da W3C partir de 2014.

Web’s Got Talent

O encerramento do evento ficou por conta do concurso Web’s Got Talent, um reconhecimento merecido aos empreendedores brasileiros. Foram muitos projetos super interessantes (você pode ver a lista completa no site da premiação), apresentados pelo empresário Edney Souza, também conhecido como Interney. Os grandes vencedores da noite foram Arte Fora do Museu em primeiríssimo lugar, seguidos de ProDeaf e do Loggi. Mas todos os finalistas da noite merecem o seu clique!

Conclusão

Ufa! Foi uma verdadeira maratona de palestras, debates, apresentações e cafézinhos. Mas o mais legal foi conhecer ao vivo as pessoas que trabalham diariamente para transformar a web em um lugar melhor. Cada um dentro da sua área lutando para que seja mais acessível, mais inclusivo, mais rápido, funcional ou interativo. Mas definitivamente melhor! Mal posso esperar pela próxima conferência!

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