Comodites são produtos cujo a qualidade ou características são parecidas ou iguais, e por isso a escolha não se baseia pela pelas características do produto, mas pelo preço e necessidade da pessoa/empresa. A Wikipedia dá um exemplo bem legal: ela compara o cobre com um sistema de som. Veja que o cobre é igual aqui e em qualquer lugar do mundo. Já um sistema de som tem milhares outros aspectos que levam você, consumidor, a comparar a qualidade entre dois produtos. Você compra uma caixa de som da Apple ou da JBL? Qual a potência máxima das duas caixas? Qual o tamanho, a conectividade, interface, material usado, etc… Sacou a diferença? Comparar dois pedaços de cobre dá na mesma… Comparar dois produtos “já prontos”, não. É por isso que as comodites tem preços regulados pelo mercado. O preço do barril de petróleo é o mesmo no mundo inteiro, já o preço das caixas de som, não.
Serviços comuns, Sobrinhos e os serviços DIY
Existem uma série de trabalhos feitos por designers, programadores e outros profissionais do mercado de internet que podem ser vistos como comodites e por isso o preço vai importar muito mais do que as qualidades e características.
Aos poucos, o grande público leigo deixou de precisar de designers e programadores para terem produtos que até então eram complexos. Se o seu Manoel quiser um e-commerce para sua mercearia, ele não precisa mais procurar um designer e um programador, ele faz por conta própria e pronto.
Mas, bem antes dos serviços DIY, a comoditização do mercado de desenvolvimento web começou com os sobrinhos. Eles estavam em todo lugar colocando o site da firma do tio online. Você que trabalha há alguns anos com internet já deve ter topado com um Sobrinho. Muita gente já reclamou falando que os sobrinhos iriam acabar com o mercado por praticarem baixos preços entregando serviços ruins… Mas aos poucos a galera entendeu que os sobrinhos atacavam uma faixa de clientes que não viam a diferença entre sites feitos por profissionais e sites feitos pelos sobrinhos, exatamente por isso, esses clientes sempre preferiam contratar o sobrinho mais barato. Se o mercado não faz distinção das características e da qualidade de uma mercadoria, essa mercadoria vira comodite. Logo, um site feito por você ou feito por um sobrinho, são a mesma coisa, infelizmente.
Mas eu sei que você consegue, claramente, dizer quando um site é feito por um profissional. Contudo, essa diferença tem ficado cada vez mais difícil de perceber com serviços como o WIX, onde qualquer um consegue ter um site com uma qualidade MUITO superior quando comparado à um sobrinho e cada vez mais semelhante a sites profissionais, feitos por nós. Hoje, pessoalmente, se eu não ver o código fonte, eu não sei distinguir que o site foi feito no Wix ou por outro serviço DIY.
Os profissionais de web e a personalização
Veja, essa faixa de necessidades que são bem resolvidas usando serviços DIY (Do It Youself) é uma faixa na qual você não precisa estar.
Quanto mais um serviço está do quadrante inferior esquerdo, mais comum é esse serviço e mais soluções automatizadas iremos encontrar, dispensando a necessidade de um especialista.
Perceba que para criar um site institucional, podemos usar soluções como o Wix, que é algo MUITO mais barato do que pagar um designer + front-end + back-end. Qualquer um consegue criar uma conta nesses serviços, escolher o design e publicar o site. Você mesmo pode optar por criar os websites nessas ferramentas para clientes desse tipo.
Para soluções que tem um nível alto de customização e complexidade, ter especialistas é indispensável. É aí que eu acho que você deveria estar.
Quanto mais comum uma necessidade se tornar, maior a possibilidade dessa necessidade ser resolvida de forma automática ou por serviços que facilitarão a execução do trabalho.
Outro ponto é que você tem mais chances de ganhar dinheiro, ter um cargo melhor, ter mais responsabilidade e ter mais sucesso profissional se estiver desenvolvendo soluções que estão mais pro lado direito superior do diagrama.
A cada dia que passa, design, front-end e back-end (esse último menos) se tornam cada vez mais comodites. O código HTML que você escreve não é muito diferente do código HTML que uma máquina pode escrever ou que os freelancers do Brasil (e do mundo) escrevem. É bastante comum agências de design venderem websites, onde eles fazem apenas o design do layout do projeto e terceirizam a parte de front-end e back-end. Tanto faz quem vai fazer o código front-end. Se todo mundo escreve o mesmo HTML, CSS e JS, qual a diferença para a agência entre escolher você ou outro front-end?
A comoditização é real e você não precisa se preocupar… ainda.
Essa comoditização já é real desde muito tempo atrás e você não precisa se preocupar tanto assim. Empresas que fazem produtos, que tem sistemas complexos e altamente customizados sempre precisarão de profissionais capacitados para continuarem crescendo. Mesmo assim, o que você pode fazer para que seu trabalho tenha uma qualidade indiscutível?