Cinco tecnologias fantásticas de uso corriqueiro

Para quem acompanha a tecnologia desde muito cedo e teve a sorte de ter nascido em meados dos anos 70, como eu, esse é um período fantástico na história da tecnologia, principalmente falando de computadores e eletrônica. Tenho certeza que nossos pais e avós não faziam ideia de que iriam presenciar tanta evolução em vida

Para quem acompanha a tecnologia desde muito cedo e teve a sorte de ter nascido em meados dos anos 70, como eu, esse é um período fantástico na história da tecnologia, principalmente falando de computadores e eletrônica. Tenho certeza que nossos pais e avós não faziam ideia de que iriam presenciar tanta evolução em vida, mas nossos sobrinhos e filhos sequer tratam essa evolução como algo extraordinário.

Para eles, isso é muito comum. Faz parte do seu mundo desde que nasceu. Não tem nada demais.

Essa é minha listinha pessoal de maravilhas tecnológicas comuns.

Computador portátil, notebook, laptop

O primeiro computador transistorizado do mundo (o mais próximo do que conhecemos como um computador) foi criado em 1955, ou seja, há quase 60 anos. Foram necessários 26 anos para torna-lo portátil – o Osborne, primeiro notebook do mundo, nasceu em 1981. Lá se vão 33 anos de existência desse tipo de computador e atualmente ele é muito mais utilizado nas casas (e vem crescendo em empresas) que os “titios” desktop.

Trinta e três anos. Boa parte da geração Y, Milennials e Alfas nunca chegou a usar um desktop. No entanto, foram somente 60 anos desde o primeiro computador digital até os super poderosos notebooks que temos hoje, com rede sem fio de altíssima velocidade, HDs em estado sólido, acelerômetro, telas de altíssima resolução, 3D, etc.

Tablets e Smartphones

Você já parou para pensar que o seu celular hoje tem mais poder de processamento que os computadores da NASA que enviaram o homem à Lua? Que existem celulares hoje com processadores de oito núcleos? E que a gente se irrita quando um aplicativo demora mais que 2 segundos pra abrir?

O primeiro “so called” smartphone surgiu em 1992 e era um mega tijolo. Juro. O IBM Simon era enorme, pesado, usava cartões PCMCIA (os cartões de memória e periféricos que os notebooks usaram por um bom tempo) e a bateria era ridícula. Muito pior que a do iPhone com Bluetooth ligado. Durou 6 meses no mercado e morreu. O primeiro tablet/PDA – Newton, da Apple – também foi um belíssimo fracasso. Mas eles deixaram legados.

Atualmente temos celulares fantásticos, com aplicativos que fazem de tudo, baixados de lojas online, por centavos de dólar ou grátis. Ainda assim, reclamamos das baterias, da ausência de cartão de memória externa, ausência de uma porta HDMI que nunca usamos e outras baboseiras.

Pendrives e cartões de memória

Mais ou menos em 1992 eu comecei minha incursão por computadores estilo PC (não vou contar com os TK2000, Odissey e afins). Nessa época usávamos disquetes de 5 ¼” em computadores PC XT sem disco rígido. Tudo que usávamos, de processadores de texto a jogos, rodava relativamente bem em 1 ou 2 discos e alguns MBs de memória RAM. O primeiro HD que eu tive contato tinha 80 MBs de espaço e era quase do tamanho de um caderno 12 matérias. E como eram caros esses negócios. Muito caros.

Outro dia eu estava na fila de uma loja de departamentos e vi, naquelas gôndolas que ficam expondo doces no caixa, pendrives e SD Cards. Pendrives de 4GB e SD Cards de 2GB. Na gôndola de uma lojinha, junto com Tic Tacs e bombons Sonho de Valsa. E custavam coisa de 20 reais, algo assim. Pouco mais de 20 anos depois, um troço do tamanho de um chaveiro, com 51 vezes mais capacidade que aquele primeiro HD que eu conheci, custando aproximadamente 100 vezes menos.

Câmeras fotográficas digitais

Me lembro como se fosse ontem o quanto eu adorava tirar fotos em minha fase de pré / adolescente. Sempre gostei muito de capturar os momentos, fazer ângulos diferentes, tentar extrair da iluminação algum efeito estranho. Infelizmente naquela época tudo era muito caro para o poder aquisitivo de meus pais. Câmeras profissionais custavam preços de carros populares (se eles fossem populares na época) e apesar dos filmes serem relativamente baratos, a revelação era proibitiva para meus padrões. Por esse motivo, não cheguei a ter o prazer de praticar a fotografia como um hobby.

Com a popularização das câmeras digitais e principalmente com as câmeras embutidas em celulares, hoje existem fotos de todo o tipo sendo disponibilizadas na Internet. O tempo todo. De todo tipo mesmo. Por um lado pode parecer ruim para muitos fotógrafos profissionais, pois surgiram os “sobrinhos fotógrafos” de Instagram, mas por outro lado possibilita pessoas entrarem nessa profissão, além da maior vantagem que se pode ter: cobertura em tempo real de eventos históricos. Fantástico, não? Isso tudo em apenas 33 anos de fotografia digital comercial.

Aviões comerciais

A história da aviação é longa e cheia de conflitos históricos, mas é inegável o quanto essa tecnologia evoluiu durante esse tempo e o quanto isso fez com que os custos caíssem imensamente por aqui. Eu lembro que voar de avião no Brasil, em minha adolescência e início da fase adulta, era coisa de gente muito rica e com dinheiro pra jogar fora (e funcionários de empresas grandes que precisavam se deslocar a trabalho). Era muito caro e chique, o serviço de bordo era fenomenal e as vantagens eram inegáveis, principalmente para trechos longos.

A história não mudou faz muito tempo. Com a criação da Gol, que chegou quebrando o modelo de negócios e hegemonia das linhas aéreas tradicionais, os preços despencaram. Isso tem 13 anos, gente. Eu conheço muita, mas muita gente com mais de 30 que só fez seu primeiro vôo de avião depois de 2001. Mas isso é só parte do que me deixa bobo com a aviação comercial.

Imagina, a gente está lá voando, à 30 mil pés de altura, mais de 300 km por hora, assistindo um filme sentadinho e tomando uma Coca com amendoim torrado ou jogando no seu smartphone, ou mesmo acessando web e lendo esse texto, dentro de um monstro de metal junto com mais 200 pessoas. E com a sensação de estar em terra!

Caras, a tecnologia comum e ordinária, a mais corriqueira, essa não deixa de me maravilhar.

E você?

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