Migrando de enterprise dev para startup dev

Comecei minha carreira na área de desenvolvimento de software razoavelmente cedo, aos 16 anos estudava no ensino médio pela manhã, estagiava à tarde e estudava no curso técnico à noite. Ao contrário de muitos desenvolvedores, meu primeiro contato com código não foi dos melhores, foram horas e horas de estudo pra conseguir entender 1/3 do

Comecei minha carreira na área de desenvolvimento de software razoavelmente cedo, aos 16 anos estudava no ensino médio pela manhã, estagiava à tarde e estudava no curso técnico à noite. Ao contrário de muitos desenvolvedores, meu primeiro contato com código não foi dos melhores, foram horas e horas de estudo pra conseguir entender 1/3 do que o professor estava tentando ensinar, na época ASP — sim, o ‘clássico’.

Agora, com 26 anos, posso fazer uma análise interessante do que aconteceu nos últimos 10 anos de software e talvez essa reflexão sirva como norte pra quem está começando ou pra quem está afim de fazer uma troca de ares.

Começando com algumas verdades:

O mercado de trabalho em grandes empresas é entediante

Tive a oportunidade de trabalhar em multinacionais gigantes — não cabe citá-las aqui — e lembro que ao entrar em cada uma delas, a vontade de criar e ser o melhor profissional possível sempre me acompanhava e a cada dia de trabalho essa mesma vontade ia se auto-destruindo por alguns motivos como: código legado horrível, tecnologias do tempo do meu avô, pessoas com incrível má vontade, burocracias infinitas para coisas pequenas e por aí vai.

Boa parte da energia era sugada por todo e qualquer tipo de atividade, menos pela única coisa que eu realmente queria: criar algo com algum real valor.

Trabalhar com tecnologia pode e deve ser legal

Durante muito tempo questionei se eu realmente estava na área certa, porque a minha satisfação profissional estava sempre abaixo do esperado. Criei diversos side projects, alguns relacionados com TI e outros não, para prencheer essa lacuna da realização.

O que sempre me intrigava é que ao chegar em casa e criar esses projetos, aprender novas linguagens, fazer um CLI pra ler tweets ou um bot inútil, parecia ser tão legal. Por que eu não conseguia ter um suspiro parecido no meu ambiente profissional?

Você pode se divertir com TI também

Certo dia resolvi chutar o balde, largar o emprego em uma dessas grandes multinacionais e ver no que dava.

PS: Anter de continuar, eu não tenho filhos, nem grandes responsabilidades, não vá fazer o mesmo de forma inconsequente, não é essa a ideia 😛

Dei sorte, fui parar em uma companhia com pessoas excepcionais e que estavam pilhadas na criação de um novo projeto. Eu nunca havia experimentado aquele tipo de dinamismo e vontade de fazer as coisas, parecia que eu estava cego esse tempo todo, que havia um mundo diferente na área de TI e eu só havia enxergado agora.

Atualmente, em uma outra companhia, encontrei o mesmo feeling e liberdade de criação, de poder usar boas práticas, de ter pessoas com vontade de fazer o melhor todo dia, sem aquele clima de velório, com todo mundo reclamando do processo ou do lay-off que está por vir.

Como você pode fazer esse shift?

Existem diversas maneiras de você se tornar um profissional mais atraente pro mercado, onde esses projetos bacanas estão sendo feitos. Abaixo algumas sugestões:

  1. Aprenda coisas novas fora do ambiente de trabalho, não se limite ao que você vê das 8 as 18, existe um mundo de paradigmas de programação, linguagens, design patterns, projetos open source, tipos de arquitetura que você pode aprender e tirar lições.
  2. Crie side/pet projects para por em prática essas coisas que você aprende por conta própria, é a melhor maneira de assegurar que você realmente entendeu o que você aprendeu.
  3. Coloque esses projetos no https://github.com/, o mesmo pode servir de ‘portfolio’ para você em algum processo seletivo.
  4. Participe de algum https://www.meetup.com/ de tecnologia, existem centenas acontecendo pelo Brasil e é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas que estão em outros lugares e que podem te ajudar a conseguir uma nova oportunidade.
  5. Te inscreve em algum dos milhares de cursos onlines (Udemy, Pluralsight, Code Academy, Udacity, Tree House, etc) e faça um até o final.

Por fim, apenas um esclarecimento: eu conheci pessoas muito bacanas e excelentes profissionais nessas grandes empresas que passei também e sim, é possível ser feliz trabalhando nesses lugares, tudo depende do seu perfil. Se você é mais da pilha de inovação/criação de projetos, minhas sugestões talvez façam mais sentido.

Ah, e não estou considerando ‘enterprise’ empresas como Google, Facebook e/ou qualquer outra que mesmo sendo grande tenha em sua cultura uma vibe diferente em relação aos projetos/times.

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