Você conhece Aaron Swartz? Não? Ele está mais presente na sua vida do que você imagina. Duvida? Talvez você conheça RSS. RSS é um subset do XML e sua principal função é facilitar a agregação e distribuição de conteúdo. A especificação 1.0 do RSS foi lançada em 06/12/2000. Aaron Swartz foi um dos co-autores do RSS. Ele só tinha 14 anos. Eu sei que você se sente orgulhoso quando consegue implementar algum framework JS nos seus projetos. Eu também me sinto. Mas existem algumas pessoas que estão em outro patamar. Um patamar muito distante do mundo dos normais. Aaron Swartz é um destes caras.
Alguns de nós (eu) se orgulham porque viveram numa época de transição, onde os browsers brigavam, onde os padrões web se popularizaram e etc. O cara viveu em uma época onde o direito autoral ficou totalmente obsoleto com a chegada da internet. Essa colisão entre a maneira antiga de fazer as coisas, com as novidades que Internet trouxe, foi uma época de ebulição tecnológica e política. Tudo era novo para todo mundo. Ninguém sabia lidar com situações que hoje em dia são totalmente comuns para nós. Aaron era do tipo que saia da sua cidade (Chicago) e ia Washington acompanhar a suprema corte e um bando de advogados decidirem sobre direitos autorais e outras coisas. Pensa no nível de curiosidade desse menino. Com 15 anos, ele estava ajudando a escrever as especificações do Creative Commons.
Except for education and entertainment, I’m not going to waste my time with things that won’t have an impact.
Mas você certamente deve saber que ele foi um dos co-fundadores do Reddit. O site foi vendido em Outubro de 2006 para a Condé Nast (dona da Wired). Era uma cultura empresarial que ele nunca havia visto e certamente nunca iria se acostumar. Ele até escreveu um post sobre o ambiente de trabalho. Aaron Swartz foi despedido em Janeiro de 2007 porque simplesmente deixou de ir ao trabalho.
Mas o que Aaron sabia que a principal característica da internet era a liberdade de comunicação. Ele sabia que a internet permite que todos possuam uma licença para falar e expor opiniões.
I don’t hold grudges (it’s not productive) but I learn from my experience.
Eu não quero contar a história do Aaron aqui e toda a revolução que ele causou lutando em favor da liberdade de acesso à informação. Você pode ver toda sua história no Netflix, em um documentário chamado The Internet’s Own Boy: The Story of Aaron Swartz.
O importante para mim é que você conheça um pouco da história da internet e tudo o que ela pode representar. Na verdade essa é uma história como várias outras, perdidas por aí e que só aparecem quando algo trágico acontece, nesse caso a morte do Aaron em 2013 (suposto suicídio).
A história da internet é fascinante. Mas as histórias de iniciativas e pessoas como Aaron, Dave Winer (eles até se estranhavam de vez em quando) e vários outros (até mesmo o gênio Tim Berners-Lee), são mais fascinantes ainda. São histórias de caras que simplesmente trabalharam em prol da web, do livre acesso à informação e de tecnologias que permitem a internet ser totalmente aberta e livre.
As tecnologias que usamos hoje para desenvolver nosso produtos e que permitem facilitar a vida de milhões de pessoas, não são fruto do acaso, mas de pessoas realmente engajadas, que nem sempre se preocupam com o dinheiro, mas principalmente com os efeitos positivos que suas iniciativas podem ter.
Você deve parte da sua vida online ao Aaron Swartz.