O W3C mudou. O W3C foi criado exatamente para homologar, regularizar e criar novos padrões de publicação de informação na internet. O trabalho do W3C é exatamente criar caminhos para que os desenvolvedores e os fabricantes de browsers possam trilhar no futuro. Acontece que o W3C ficou tão grande, tão lerdo, tão aficcionado pelos problemas do futuro que acabou se perdendo nos seus próprios sonhos.
Um dos objetivos do W3C – se não o maior objetivo – é organizar toda a informação da internet. Para fazer isso, precisamos identificar toda essa informação de forma que a extração não seja complexa, pelo contrário, de maneira que a toda a informação que precisarmos possa ser extraída rapidamente, fácil e de qualquer tipo de dispositivo ou aplicação. Por isso, o W3C perdeu muito tempo criando padrões como RDF, por exemplo. Não desmerecendo essas tecnologias, que aliás são bem úteis para nos hoje. Mas cá entre nós, fazer bordas arredondadas para mim, hoje, é mais importante do que algumas necessidades de semântica.
Alguns dos desenvolvedores, a grande maioria gringos, também tinham essa visão. A necessidade de grande parte dos desenvolvedores eram ter coisas simples como suporte a PNG, bordas arredondadas, resize de imagem no background, colocar várias imagens de backgrounds em um elemento, css animation, e assim por diante. Por isso, muitos desenvolvedores começaram reinvidicar uma alteração de prioridades. O HTML 5 surgiu daí. Muitos se enganam se acham que o HTML 5 foi idéia original do W3C. Ele surgiu de um grupo de inconformados de o HTML não ter a pelo menos 10 anos, uma nova atualização. Então começaram a estudar e a escrever um novo padrão para a linguagem. Isso surgiu de uma união de desenvolvedores da Apple (Safari/Webkit), Mozilla e Opera. Muitos se enganam também, se acham que só o W3C pode criar padrões. Você pode criar um. Se vai haver suporte da comunidade, do W3C e dos fabricantes de browsers, é outra história. Mas você tem todo o direito de criar.
O grupo do HTML 5, queria mudar. Eles estavam cansados de usar uma tecnologia antiga e começaram a fazer o trabalho que se esperava que o W3C fizesse. Por fim, essa iniciativa ganhou tanta popularidade e ajuda de outros desenvolvedores, que o W3C resolveu abraçar a idéia e hoje ele cuida desse padrão.
O CSS3 também começou a aparecer por que o W3C abriu os olhos e resolveu começar a revolucionar a linguagem.
O W3C mudou. Os times que cuidam dessas linguagens foram divididas. Modularizadas. Deixe-me explicar. O CSS3 não será mais lançado de uma vez, mas em módulos. Há um time que cuidará da propriedade background. Outra que cuida da propriedade position, outra que cuida da propriedade border, e assim por diante. Isso possibilita que cada módulo, cada propriedade, cada parte do CSS seja lançado independentemente, acelerando o processo de suporte dos browsers e utilização pelos desenvolvedores. Logo, não há mais aquela história de “Browser tal não suporte CSS3”. Mentira, ele suporta, mas algumas das funcionalidades. A mesma coisa acontece com o HTML5. Dizem que o IE8 não suporta HTML 5, mas é mentira. Ele suporta partes do HTML 5. Já há vários módulos implementados no IE8, que fazem parte da especificação do HTML 5. Isso também acontece com os outros browsers.
A web vai ficar mais dinâmica agora. O CSS 3 e o HTML 5 vieram para separar o joio do trigo. Os designers não vão mais ficar pintando quadradinhos como antes. O CSS está virando uma linguagem visual de verdade. Há, por exemplo, working drafts de suporte a variáveis no CSS. E isto é só o começo.
A mesma coisa para o HTML 5. A mudança das tags estruturais do HTML é apenas a ponta das novas possibilidades. Para o pessoal que achava que o HTML é coisa de criança, se prepare, porque o buraco, agora, é mais embaixo.