Quem conhece um pouco de alguma linguagem de programação, acaba se acostumando a escrever trechos de código para automatizar tarefas simples ou resolver problemas. Para aqueles mais íntimos do PHP, se torna habitual escrever aplicações com uma interface simples em HTML, mas com isso deixamos de aproveitar algumas vantagens da linha de comando em conjunto com o nosso script para resolver essas questões triviais (ou nem tanto). Também existe benefício de não depender de um servidor web e um navegador.
1. Hello terminal!
Para dar os primeiros passos na execução de scripts a partir do interpretador é interessante começar entendendo como funciona a chamada. Então, que tal um “Hello terminal!”? Segue o código do nosso primeiro script:
A partir da linha de comando, no diretório onde você salvou o seu script, execute (considerando que você salvou o arquivo como script.php):
No Windows, você deverá usar o executável do PHP — php.exe script.php —, mas tenha certeza de que ele está no PATH do sistema.
Isso deverá imprimir a frase “Hello terminal!” na saída padrão do terminal, como mostrado acima. Você vai ver que se não incluir a quebra de linha no final da string (n), o seu prompt vai ficar na mesma linha que a saída do script. Isso não prejudica a execucão do script e nem dos próximos comandos, mas pode dificultar a leitura do resultado.
2. Usando parâmetros
Quando usamos o navegador para executar um script PHP e precisamos passar algum parâmetro para ele, incluímos uma query no final da URL, por exemplo: ?param1=abc¶m2=123. Usando a linha de comando é possível fazer algo semelhante, passando argumentos na chamada do interpretador, logo em seguida ao nome do script, assim:
Nesse exemplo estamos passando dois argumentos: “abc” e “123”. O seu script pode lidar com esses dados através das variáveis $argc e $argv. A primeira contém um número inteiro com a quantidade de argumentos passados para o interpretador. Atenção: o nome do script é o primeiro parâmetro, então $argc sempre vai ser no mínimo 1, no nosso exemplo ele teria o valor 3. A segunda variável contém um array com os valores dos argumentos. Assim como acontece para a $argc, o primeiro valor é o nome do script.
Se imprimirmos, usando a função var_dump, o conteúdo das variáveis $argc e $argv, do último exemplo, teríamos:
Você vai notar que $argc sempre carrega o mesmo valor que o resultado da chamada count($argv), em todo caso $argc é o padrão usado e é alguns milisegundos mais rápido por já estar na memória (se isso fizer alguma diferença na performance do seu script).
Sabendo disso, como exemplo, podemos escrever um utilitário simples para ajudar em redações: listar as palavras de um texto em ordem alfabética seguidas de sua posição no texto, assim podemos verificar como as palavras se repetem no texto e ajustar o vocabulário, se for o caso. Vamos lá!
Esperamos que o nome do arquivo (para simplificar vamos usar um TXT simples) seja passado como argumento para o script.
Feito!
Agora se criarmos um TXT chamado sobre.txt, no mesmo diretório que nosso script, contendo a primeira frase do artigo da Wikipédia sobre o PHP, teremos o resultado abaixo:
Falando um pouco das utilidades que o terminal oferece e que podemos combinar com o nosso script, temos, por exemplo, o grep, que executa buscas através de expressões regulares (alternativamente, no Windows você pode usar o findstr: https://technet.microsoft.com/en-us/library/bb490907.aspx). Se quisermos filtrar o resultado do nosso script para exibir apenas uma palavra específica, sem alterar o código, poderíamos executá-lo assim:
O grep é apenas um dos comandos disponíveis que podem ser agregados a execução do seu script, mas a idéia é apresentar apenas o básico sobre a execução de programas PHP via linha de comando.
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