Performance front-end – Parte 2

Se você ainda não leu a primeira parte desse assunto, veja aqui: Performance front-end – Parte 1. Os browsers ajudam em muitos sentidos otimizando o carregamento de assets e a renderização da página, mesmo assim é necessário fazer algumas tarefas para que sua aplicação/website carregue mais rápido. Quando colocamos a performance como uma tarefa durante

Se você ainda não leu a primeira parte desse assunto, veja aqui: Performance front-end – Parte 1.

Os browsers ajudam em muitos sentidos otimizando o carregamento de assets e a renderização da página, mesmo assim é necessário fazer algumas tarefas para que sua aplicação/website carregue mais rápido.

Quando colocamos a performance como uma tarefa durante o desenvolvimento, determinamos o aumento ou a diminuição da conversão e da quantidade de pageviews. Dependendo do tamanho do seu cliente, isso significa ter grandes resultados apenas diminuindo milésimos de segundos do carregamento.

Nessa imagem, veja alguns dos resultados obtidos em grandes websites quando eles melhoraram a performance dos seus serviços. Os números podem estar meio ultrapassados, mas servem para ter uma ideia. Por exemplo: a cada 100 milisegundos que a Amazon diminui do carregamento do seu site, eles aumentam 1% do seu redimento. Faça a conta: a Amazon teve uma receita de 13.18 Bilhões no último trimetre. A cada 400 milisegundos otimizados o Yahoo! aumenta em 9% o seu tráfego. Fazendo as páginas carregarem 2.2 segundos mais rápidas, a Mozilla aumentou em 60 milhões de downloads do Firefox por ano.

Por isso, quando alguém disser que melhorar milisegundos de performance do seu site não é grande coisa, mostre estes números para a pessoa. Claro, que dependendo do tamanho do seu site, você não vai dobrar suas visitas apenas diminuindo 100 milisegundos do carregamento seu site. Mas com certeza ajuda.

Medindo

Para começarmos, indico o PageSpeed para a medição da performance dos seus websites. Há outras maneiras de medir, milhares de sites e plugins, mas esse é do pessoal do Google, que além de dar uma pontuação, ele oferece fontes de informação para você entender melhor o que é cada tópico medido.

Você pode ver online como está a performance do seu site. Veja aqui o nosso em desktops ou em mobiles.

No site deles existem uma série de regrinhas e boas práticas. Se quiser deixar esse artigo de lado e ir direto para lá, eu não vou ficar chateado. 😉

Veja também uma série de ferramentas e downloads para você não se sentir sozinho ao fazer o trabalho sujo.

O YSlow do Yahoo! também é ótimo. Ele tem as mesmas características do PageSpeed, logo, é questão de gosto qual dos dois você usará.

Diminuindo o tempo de viagem

RTT (Road-trip Time) é o tempo que leva para o browser (ou qualquer outro cliente) conversar com o servidor buscando a informação solicitada pelo usuário.

Normalmente um browser inicia a comunicação com o servidor com pelo menos 3 RTTs: Uma requisição para a resolução do DNS. Outra para o setup de conexão TCP e outra para a requisição HTTP. Normalmente os websites tem muitas requisições HTTP. E isso é muito ruim. 


Ter muitas requisições significa que seu browser precisa ir e voltar várias vezes durante a abertura da página. Essa ida e volta são os RTT, ou a Road-trip Time. São as RTTs que contribuem para uma latência ruim nas redes. Se seu cliente demora para trazer a informação, o download da página é prejudicado.

Nós falamos sobre isso neste artigo.

Onde colocar as chamadas de CSS e Javascript

O browser tem uma ordem correta para carregar os arquivos do site. Por isso há uma ordem específica para linkar o arquivos de CSS e Javascript, otimizando o trabalho de carregamento do browser.

Para você entender melhor, note que:

O CSS bloqueia a renderização da página. Isso por que o browser não quer carregar primeiro um HTML feio só para depois fazer um render da página novamente aplicando seu estilo. Por isso ele bloqueia o máximo que puder a renderização da página até que tenha carregado seu código CSS. Esta é a razão pela qual você deve inserir o link do CSS no HEAD, afim de que o browser o encontre rapidamente.

O Javascript por sua vez bloqueia o download de outros arquivos. Lembre-se de que o browser procura baixar vários arquivos ao mesmo tempo enquanto ele carrega a página. Quando carregamos o Javascript, ele pára tudo e carrega um script de cada vez. Ele faz isso por que geralmente o Javascript modifica o HTML e também o CSS. Logo, ele não pode fazer isso se o código HTML, o CSS ou outros arquivos como as imagens não foram baixados.

Isso também é aplicado na ordem em que você linka os arquivos de Javascript. Um exemplo simples: você não consegue fazer funcionar um plugin de jQuery se não tiver linkado o jQuery antes do script de plugin.

Melhorando o download paralelo

Como já comentamos acima o browser sempre tenta fazer o máximo de downloads de arquivos em paralelo afim de aumentar a velocidade do carregamento. O problema é que há um limite para o download de arquivos simultâneos em um mesmo domínio. De acordo com o protocolo HTTP, os browsers podem pode ter duas conexões simultâneas por domínio. Eu não consegui encontrar um lugar que dê o número exato, mas dizem por aí que o Firefox e Chrome conseguem baixar até 6 arquivos por vez. Se um documento contem referencias para várias recursos como CSS, Javascripts, Imagens e etc, de forma que estoure o máximo permitido pelo host, o browser começa a baixar um parte e deixa os outros arquivos na fila esperando. Quando ele termina de baixar todos os recursos atuais, ele vai pra fila e pega o próximo grupo.

A estratégia é separar parte destes recursos em outro domínio. Fazendo isso o browser pode baixar o máximo de recursos por domínio paralelamente. Por isso é que normalmente separamos arquivos – como imagens – em outro servidor.

Qualquer grande site faz isso. Veja por exemplo o endereço do meu avatar no twitter: https://si0.twimg.com/profile_images/2927099623/a39b6f1a9af28d8dada6bc8958392cf3_normal.jpeg

O endereço começa com si0.twimg.com que é um servidor do Twitter para servir assets estáticos. Se você abrir o código fonte de qualquer grande site vai ver que isso é bem comum para diminuir a carga de carregamento.

Uma solução interessante também é usar arquivos como o jQuery ou outros scripts via CDNs. O jQuery, por exemplo, tem uma série de CDNs pela Microsoft, MediaTemple e Google que você pode usar para linkar o script ao seu projeto sem precisar fazer a requisição no seu próprio servidor.

Isso é bom por que você não sobrecarrega seu servidor. As vezes o donwload do arquivo pode demorar mais do que se estivesse no seu servidor. Mesmo assim, mantendo um arquivo em outro servidor, você abre caminho para que o browser faça o carregamento de outro arquivos paralelamente.

Link prefetching é um mecanismo que utiliza o tempo ocioso do browser para fazer o download ou buscar doumentos que talvez serão usados no futuro pelo usuário. Por exemplo: se o usuário está visitando determinada página no site e você tem quase certeza de qual será a próxima página que ele visitará, você pode avisar o browser para que ele faça o download dos arquivos dessa página para o seu cache enquanto ele estiver ocioso, de forma que quando o usuário for visitar essa página a renderização é agilizada.

Ou:

Existe também o link prerender. Nesse caso o browser além de baixar os assets necessários, ele pré renderiza a página na memória de forma que ao visitar essa página, ela já estará totalmente renderizada. Diferentemente do link prefetch que apenas baixa os arquivos e só renderiza a página quando o usuário fizer a visita.

Nem preciso dizer que isso deve ser usado com muito cuidado, principalmente quando estamos produzindo algo para mobiles. Você não quer acabar com a bateria e o pacote de dados do usuário baixando páginas que talvez ele nem vá visitar. Por isso é recomendável fazer o prefetch/prerender de poucas páginas e arquivos por vez. Se você não tem certeza de qual será a página a próxima página visitada, é melhor nem utilizar essa tática.

Concluindo

A busca por performance deve ser algo constante. Há alguns pontos que você não conseguirá cobrir, nesse caso, não se preocupe. Faça um estudo do seu caso e entenda até onde você pode ir para melhorar a performance de seus serviços. Use e abuse de ferramentas para melhorar seu trabalho e entenda melhor como funciona os browsers. Todas essas informações melhorarão seu processo de produção e definirão uma experiência mais amigável para o usuário.

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