Grunt: você deveria estar usando!

Todo programador é preguiçoso, e isso é fato, pois sempre estamos procurando ferramentas que automatizem o trabalho para nós. Mas isso necessariamente não é algo ruim, pelo contrário, automatizar tarefas (objetivo do Grunt) implica em ganho de produção e isso é ótimo. O que não podemos deixar acontecer é a não realização de tarefas primordiais

Todo programador é preguiçoso, e isso é fato, pois sempre estamos procurando ferramentas que automatizem o trabalho para nós. Mas isso necessariamente não é algo ruim, pelo contrário, automatizar tarefas (objetivo do Grunt) implica em ganho de produção e isso é ótimo. O que não podemos deixar acontecer é a não realização de tarefas primordiais para que uma aplicação tenha qualidade.

Minificação e concatenação de arquivos por exemplo são tarefas básicas e você não deve deixar isso de lado, mas fazer isso usando um plugin no editor (que seja o Sublime Text) ou um site, copiar o código minificado, colar em um novo arquivo renomeado com .min no final e por fim salvar, e toda vez que alterar o código ter que repetir essa operação é um saco.

E o deploy ? Se você utiliza FTP sabe o quão lento é fazer upload de arquivos, principalmente se forem muitos, e o pior de tudo, ele abre e fecha uma conexão para cada arquivo, é um sofrimento. E se você esquece de enviar um arquivo que alterou ? Melhor nem pensar…

O que é o Grunt?

Foi pensando nessas e várias outras atividades que o Ben Alman, conhecido como Cowboy criou essa ferramenta incrível.

O Grunt é uma aplicação de linha de comando que tem como objetivo automatizar tarefas, principalmente tarefas em aplicações JavaScript. Essas tarefas são como as descritas acima. E como isso é feito? Escrevendo as tarefas em JavaScript e rodando no Node.JS.

Link oficial: https://gruntjs.com

Ok, quero usar!

Bom, agora que você já entendeu para o que ele serve, vou mostrar como é simples utilizá-lo.

Como eu disse, ele roda no Node.JS, então antes de tudo você precisa ter o node e o npm instalados em sua máquina. Se isso estiver ok, você pode continuar.

Se você já instalou o Grunt alguma vez, certifique-se de remove-lo para não ocorrer problemas futuros.

Agora para instalar:

Isso deixará disponível o comando grunt no terminal. Perceba que instalamos o grunt-cli e não o grunt em si, a tarefa do grunt-cli é rodar qualquer versão do grunt, isso permite que você tenha diversas versões do grunt disponíveis em diferentes projetos e você poderá rodar (inclusive simultâneamente) em sua máquina sem ter problemas.

Mas como ele funciona ?

Para utilizar o Grunt em um projeto, é necessário que exista dois arquivos: o Gruntfile.js e o package.json. Eles devem estar na raiz (diretório principal, root) do projeto. Vou falar sobre esses arquivos logo mais.

Se você estiver trabalhando em um projeto que já utiliza o Grunt (isto é, exista os arquivos Gruntfile.js e package.json), para rodar é simples.

Simples não?

Mas ok, vamos fazer isso do zero agora.

Para iniciar um projeto com o Grunt existem algumas opções: você pode optar pelo grunt-init que gera o scaffolding para alguns modelos de aplicações, como:

  • jquery: cria um projeto para um plugin jQuery
  • commonjs: cria um projeto para um módulo commonjs
  • Gruntfile: cria um arquivo Gruntfile.js básico
  • gruntplugin: cria um plugin grunt
  • node: cria um módulo Node.JS

Você também pode baixar outros templates, além dos oficiais. Para criar um projeto a partir de um dos template como os descritos acima basta usar o comando:

Ou então iniciar o Grunt sem um template, criando os arquivos “na unha”.

Antes, é nescessário que você saiba para que serve aqueles dois arquivos.

Gruntfile.js: Esse é um arquivo JavaScript que são definidas e configuradas as tarefas a serem executadas pelo Grunt.

package.json: Esse arquivo é usado pelo npm para armazenar as informações da aplicação, dados como nome, autor, repositório e dependências, e é por isso que o grunt precisa dele, para instalar as dependências e os plugins do grunt que seu projeto irá utilizar. Ao rodar o comando npm install, ele procura as dependências descritas nessa arquivo, e instala na pasta do projeto as mesmas com suas respectivas versões.

Para criar um arquivo package.json você pode utilizar o comando npm init.

Exemplo:

Para instalar o Grunt e os plugins dele, você pode usar o comando npm install –save-dev que além de instalar localmente, adiciona a dependência e sua versão na sessão devDependences do arquivo package.json.

O arquivo Gruntfile.js é composto da função principal que engloba tudo, das configurações e tarefas da aplicação, do carregamento de grunt plugins e de tarefas personalizadas.

Exemplo:

Bom, pra quem não entendeu direito as linhas acima, eu explico: dentro da função foram declaradas várias tarefas e suas configurações, por exemplo: min é responsável por minificar os arquvios da pasta descrita na propriedade src e enviar para o arquivo de destino em desc. Depois de definir as tarefas e configurações em initConfig(), é nescessário carregar os plugins grunt de terceitos, caso esteja utilizando algum.

Feito isso, basta registrar as tarefas a serem executadas, usando registerTask().

Plugins do Grunt

Talvez a melhor parte do Grunt seja essa: os plugins que estão disponíveis.

O Grunt vem com algumas tarefas já definidas como min e concat, e você as chama definindo suas configurações e adicionando o parâmetro ‘default’ em registerTask(). Porém, a comunidade já criou e vem criando novas tarefas para o Grunt. Provavelmente tudo o que você precisa já deve existir. Confira essas tarefas em https://gruntjs.com/plugins, lá tem o link para o npm, onde você tem as instruções de como instalar e qual configuração utilizar.

E o deploy?

É, eu disse lá no início que é possível até fazer deploy com o Grunt, e sim, isso é perfeitamente possível. Agora que você já viu como ele funciona vou falar sobre esse plugin em específico.

Para deploy estou utilizando o grunt-rsync. Esse plugin cria uma tarefa de sincronização, tanto local como para um servidor remoto, usando o rsync que já vem presente em sistemas operacionais “unix like”. O rsync é excelente pois mantém o diretório remoto sempre em sincronia com o diretório base, e só envia os arquivos que foram alterados, além de não enviar os arquivos um-a-um como faz o FTP. Outro ponto positivo é que ele utiliza SSH, portanto se você tiver uma chave publica adicionada as chaves autorizadas no servidor, você executa o deploy direto do Grunt e sem digitar senha.

Veja a configuração da tarefa:

Explicando: em dist eu estou fazendo uma sincronização local, preparando a aplicação para deploy, nela eu removo os arquivos que tem nome “main” pois estes foram minificados e concatenados em tarefas anteriores. Depois disso, defino a tarefa de deploy, que pega a pasta ‘./dist’ que acabou de ser criada ou atualizada, e envio ela para meu servidor. A propriedade “dest” agora é é o diretório remoto e a propriedade “host” é o usuário e endereço do meu servidor remoto.

Como rodar?

Mais simples impossível, depois de tudo configurado, você pode executar todas as tarefas descritas no Gruntfile.js com o comando:

Talvez você precise utilizar sudo caso alguma tarefa necessite de privilégios.

Grunt Boilerplate

Depois que comecei a utilizar o Grunt, percebi que sempre iria executar tarefas em comum para vários projetos, e isso me fez criar um padrão do Grunt com tudo que preciso em comum, e caso algum projeto necessitar de outras tarefas, é só ir lá e adicionar.

Nesse boilerplate defini (por enquanto): min, cssmin e rsync. Não adicionei o JSHint pois utilizo direto no Sublime. Dessa forma com esse boilerplate pronto, para iniciar um projeto eu apenas clono o projeto grunt-boilerplate, mudo o nome da pasta, configuro o package.json, altero os caminhos e nomes de arquivos de acordo com o projeto, e pronto, é lindo =D

Ficou com vontade de utilizar também? É só ir neste repositório no github, clonar o projeto e alterar para suas necessidades. Basta ter o grunt-cli e o node instalados para tudo funcionar.

Se quiser realizar um fork, ou reportar um problema fique totalmente à vontade.

Conclusão

Ferramentas como Grunt, Yeoman, Bower estão ai disponíveis e abertas para todos nós, basta sair da sua zona de conformo, perder o medo de sair do tradicional. Essas ferramentas só existem para melhorar e ajudar nosso trabalho, e se usadas de forma correta, você só irá evoluir, tanto em produção como em profissionalismo. Esperto ter ajudado um pouquinho com o Grunt nesse post. Divirtam-se!

Referências

  • Grunt – Getting Started
  • Meet Grunt: The Build Tool for JavaScript
  • Bocoup – Introducing Grunt

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