Segundo um estudo de 2013, quase metade dos empregos nos EUA pode potencialmente ser automatizada nas próximas duas décadas. Mas espera! A automação já não existe há décadas? O que mudou dessa vez?
Enquanto novas indústrias da Era da Informação estão prosperando, elas estão criando menos e menos empregos. Indústrias antigas estão perdendo fôlego. Veja os carros, por exemplo. Quando eles se tornaram novidade, cem anos atrás, eles criaram indústrias enormes. Carros transformaram nosso estilo de vida, nossa infraestrutura, e nossas cidades. Milhões de pessoas acharam empregos, tanto direta quanto indiretamente.
Hoje em dia, esse processo está praticamente pronto, e inovação no mercado automobilístico não cria tantos empregos quanto costumava. Embora carros elétricos sejam ótimos e tudo mais, eles não vão gerar milhões de novos empregos. Mas espera, e a internet? Alguns tecnólogos argumentam que a internet é uma inovação parelha com a introdução da eletricidade. A internet criou novas indústrias, mas elas não criam empregos suficientes para acompanhar o crescimento populacional, ou para compensar os empregos que a internet está destruindo. No seu auge, em 2004, a Blockbuster tinha 84 mil funcionários, e tinha receitas de 6 bilhões de dólares. Em 2016, a Netflix tinha 4500 funcionários, e teve receita de 9 bilhões de dólares.
Mas como o ser humano funciona?
Para entender isso, precisamos primeiro entender a nós mesmos. O progresso humano é baseado na divisão de trabalho. Enquanto progredíamos por milhares de anos, nossos trabalhos ficaram mais e mais especializados. Enquanto nossas melhores máquinas são péssimas em fazer trabalhos complexos, elas são extremamente competentes em fazer tarefas definidas e repetitivas. Isso é o que destruiu empregos em fábricas.
Mas se você encarar um trabalho complexo tempo o suficiente, você vai notar que na verdade é um monte de tarefas definidas e repetitivas, uma após a outra. As máquinas estão prestes a se tornar tão boas em quebrar sistemas complexos em tarefas mais simples, que, para muitas pessoas, não haverá mais espaço para se especializar. Nós estamos prestes a ser ultrapassados.
Máquinas digitais conseguem isso através de aprendizado automático, o que as permite adquirir informação ao analisar dados. Isso as permite ficar melhores em algo através das relações de que elas descobrem: as máquinas ensinam a si mesmas. A gente torna isso possível ao entregar para o computador diversos dados sobre as coisas em que queremos ficar melhores. Mostre a uma máquina todas as coisas que você comprou online, e ela aprende aos poucos o que recomendar, para que você compre mais coisas.
Aprendizado automático fica cada vez melhor porque nos últimos anos, humanos têm acumulado dados a respeito de tudo. Comportamento, padrões de clima, histórico médico, sistemas de comunicação, dados de viagens. E, claro, dados sobre o que fazemos no trabalho. O que nós acidentalmente criamos foi uma enorme biblioteca que máquinas podem usar para aprender como humanos fazem coisas, e aprender a fazer melhor.
Essas máquinas digitais podem ser a maior assassina de empregos. E elas têm a habilidade de melhorar rapidamente. Se o seu emprego de hoje envolve trabalho complexo em um computador, você pode ficar obsoleta mais rápido que o pessoal com empregos em fábricas. Todos esses empregos não vão sumir da noite para o dia, mas menos e menos humanos estarão ocupando esses cargos.
Para finalizar
Está confiante que seu trabalho nunca vai deixar de existir? pense bem. Seus clientes não se importam com um projeto feito em less ou sass, se no fim tudo é CSS. E acredite em mim, CSS pode ser facilmente automatizado.
A Era da Informação e a automação podem ser ótimas oportunidades para mudar a sociedade humana, e reduzir a pobreza e a desigualdade. Uma coisa é certa: as máquinas não estão chegando. Elas já estão aqui.
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Esse texto foi transcrito e modificado de: https://www.youtube.com/watch?v=WSKi8HfcxEk&feature=em-uploademail