Um pensamento sobre design para web

É engraçado quando designers de peças offline tentam migrar para web e ficam assustados com as diferenças no processo de criação e produção. O controle que o design para impresso tem sobre a posição dos elementos e a forma final da arte nunca (nunca?) será a mesma na web. No impresso você define precisamente as

É engraçado quando designers de peças offline tentam migrar para web e ficam assustados com as diferenças no processo de criação e produção. O controle que o design para impresso tem sobre a posição dos elementos e a forma final da arte nunca (nunca?) será a mesma na web. No impresso você define precisamente as medidas, posicionando dos elementos, o tamanho das letras, entrelinhas e cores (mesmo brigando bastante nas gráficas por aí). Já na web você briga porque um determinado elemento está deslocado para a direita em um browser ou outro, porque determinada fonte é maior em uma tela e até pouco tempo só tinha um punhado de fonts para criar. Mesmo quando definimos tudo em pixels, há variações inesperadas entre browsers e dispositivos. Também lembro quando havia muita diferença de cores de monitor para monitor. Graças a Deus temos monitores LCD/LED.

E agora ainda temos que prestar atenção aos dispositivos que comprimem mais pixels por ponto do que antigamente.

A boa experiência no design de impresso depende muito da arte inspiradora do designer, qual o papel usado, que tipo de impressão, da gráfica… em web dependemos muito do tamanho da tela, do dispositivo utilizado, do browser, da configuração do texto, velocidade da internet e do computador. São muitas variações para tentarmos manter o controle de cada detalhe.

Quando um designer faz peças para uma campanha ou algum projeto offline, dependendo do caso é necessário criar peças para diversos formatos de veiculação em outdoors, revistas, posters etc. Em relação a web, nós temos todos os formatos de telas que envolvem tablets, notebooks, monitores, TVs e celulares… Com um diferencial: cada uma dessas telas tem um tipo de comportamento diferente dependendo da manipulação do dispositivo e também do usuário. Em alguns dispositivos como tablets e mobiles em uma tela temos dois formatos: retrato e paisagem. Já no impresso não há manipulação pelo usuário. A estimulo é totalmente visual e muitas vezes tátil. Mesmo assim, a experiência que a web entrega é totalmente outra.

No design impresso, quanto mais proporcional, harmoniosa e equilibrada for a peça, melhor será recebida. No design para web também: os layouts precisam ser proporcionais em cada um dos dispositivos e harmoniosos em cada navegador, além da acessibilidade para alcançar usuário distantes.

Mas em ambas a personalidade é a plataforma para a emoção do usuário. Seja online ou offline, o layout, a forma com que o usuário o consome deve leva-lo para uma experiência diferente do normal. E não estou falando de hotsites feitos em flashs ordinários puramente comerciais.

Eu queria ser designer para entender melhor os conceitos que envolvem esse assunto e talvez explicar tudo isso com mais propriedade.

Assim como não é possível escrever uma linha de código sem saber os porquês da importância do código semântico e acessível, não é possível desenhar um website sem ter a plena certeza de que qualquer usuário terá uma experiência envolvente e agradável.

O design para web está mudando de novo outra vez por causa da explosão de novos dispositivos. Se você ainda não parou para pensar, pense: faça as contas das telas: notebooks, monitores, tablets e smartphones. Sendo que cada uma destes tipos de telas tem diversas variações de tamanho e principalmente de resoluções. Já disse que a experiência do usuário precisa ser cross-device, caso contrário, algo se perde.

Eu queria mesmo era fazer um carro.

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