OOCSS ou CSS do jeito certo

O conceito Escrever CSS é fácil. Isto não deveria ser um problema, mas é. Por ser fácil os desenvolvedores acabam se esquecendo de princípios básicos, técnicas e metodologias que nos ajudam a manter o controle durante a produção. Entenda que algumas dessas metodologias não precisam ser aplicadas em sites pequenos. Por exemplo, aqui no Tableless

O conceito

Escrever CSS é fácil. Isto não deveria ser um problema, mas é. Por ser fácil os desenvolvedores acabam se esquecendo de princípios básicos, técnicas e metodologias que nos ajudam a manter o controle durante a produção. Entenda que algumas dessas metodologias não precisam ser aplicadas em sites pequenos. Por exemplo, aqui no Tableless eu não modularizo o CSS em vários arquivos por um ou dois motivos: 1) Somente eu tenho acesso ao código. 2) O site não é grande. Ele tem meia dúzia de páginas e funcionalidades.

Mas quando falamos de sites grandes (em visitação e quantidade de páginas) existem algumas restrições: velocidade de carregamento, compatibilidade entre browsers, manutenção, flexibilidade para mudanças etc. Tudo isso deve ser pensado e planejado antes de colocarmos a mão na massa. É no planejamento que iremos estruturar como serão feitas as manutenções posteriores, como iremos mudar elementos principais sem interferir no layout como um todo.

O CSS Orientado a Objeto (em inglês OOCSS – Object Oriented CSS – Sendo sincero, esse nome é muito ruim) tem como conceito técnicas que já falamos durante muito tempo, mas que como o Responsive Web Design, está ganhando força somente agora.

Princípios

O OOCSS está baseado em dois pontos cruciais que são a separação da estrutura e do visual e a independência do container em relação ao conteúdo.

Separação da estrutura e do visual

A maioria dos elementos estilizados em uma página web tem diferentes características visuais que são repetidas em diferentes contextos e situações. Algumas características são fáceis de identificar como cores, títulos, gradientes, bordas etc. Essas são características visuais. Contudo, existem também as características de estrutura, que é onde nós “montamos” os elementos, definindo tamanhos, distâncias, medidas etc. Essas características também são repetidas em diversos elementos no decorrer do site.

A ideia é que nós separemos as características visuais das características estruturais, tornando-os modulares de forma que possamos reutilizá-los em diferentes elementos tendo resultados iguais.

Imagine 3 elementos diferentes, como um botão, uma caixa de chamada e um destaque que normalmente fica na lateral do site. Eles tem características estruturais diferentes, como width, height, paddings, margins etc. Mas as características visuais são iguais, como por exemplo o border-radius, background e o box-shadow. O CSS normal ficaria assim:

Para reutilizar de forma inteligente as características iguais destes elementos e prevendo que talvez seria criado outros elementos com as mesmas características – já que o designer mantém sempre (quase sempre, né?) um padrão visual estético – é interessante que criemos uma classe que componha estas características e apliquemos essa classe nos elementos necessários. Assim:

Em cada elemento que necessitasse destas características visuais, basta inserir a classe .boxEffects ao elemento.

Entenda que o abuso dessa técnica pode trazer complicações. Você não vai criar uma classe para cada característica visuais e sair aplicando essas classes em tudo quanto é elemento. Você estaria voltando a 1999 onde tínhamos aquele velho problema de misturar as camadas de formatação e informação.

Independência dos containers e do conteúdo

Imagine que você crie algum estilo para a formatação de algum elemento como por exemplo um parágrafo e atrela este estilo para os parágrafos localizados no article principal:

Mas então surge a necessidade de ter um parágrafo com as mesmas características no rodapé, por exemplo, mas com o tamanho da fonte maior! Você pode fazer assim:

O que é ainda é ruim, mas é muito melhor do que fazer assim:

Onde duplicamos desnecessariamente vários estilos.

Com o OOCSS nós devemos transformas estes estilos em módulos para serem reutilizados e não atrelando os estilos a um elemento específico.

Isso acontece também quando já fizemos uma classe onde carrega os estilos comuns. Se voltarmos ao exemplo anterior, alguém pode fazer assim:

Estamos aqui atrelando a classe que antes era para ser algo genérico ao elemento footer. Cuidado ao fazer isso. Tenha um bom motivo antes de ir adiante.

Outras boas práticas

Existem algumas boas práticas que fazem parte do OOCSS e que melhoram muito o planejamento e a prática do desenvolvimento web:

Modularização de código CSS

Não estou falando aqui sobre a modularização de arquivos CSS, mas sim do Código. Essa modularização é feita sob medida para cada um dos projetos. O objetivo é que o código CSS seja reutilizado em várias partes da produção evitando que você crie mais código. É aconselhável que se defina padrões de código para os principais elementos do layout. A equipe pode fazer isso ou delegar esse importante trabalho para um desenvolvedor, que será responsável em criar os métodos e os padrões estruturais dos elementos.

Minimizar usos de seletores muito específicos

Encontre o meio termo. Não faça seletores muito específicos ou seletores muito genéricos. O CSS trabalha com especificidade: quanto mais específico, mais certeiro você é ao capturar um elemento, mas seu CSS fica mais engessado e consequentemente você usa mais código. Quanto mais genérico, mais elementos do mesmo tipo você formata, mas o risco de conflito de estilos aumenta. O ideal é encontrar o meio termo, onde você é tão específico e nem tão genérico.

Dependendo da forma que você utiliza os seletores os browsers podem ser ou não mais rápidos ao renderizar seu site. Já falamos disso aqui.

Formate elementos com classes modulares

A ideia é que ao criar uma nova página, você não tenha que criar novo código CSS. Se a página tiver a estrutura diferente mas os elementos tem características visuais iguais, aí está uma boa oportunidade para modularizar o código visual dos objetos.

Um exemplo para demonstrar essa prática é ao fazer botões para diferentes ações. Normalmente utilizamos os mesmos botões com cores diferentes para definirmos visualmente ações diferentes que o usuário pode tomar. O botão de SALVAR tem o mesmo formato de CANCELAR, mas a cor dos dois é diferente, sendo que o primeiro é verde o segundo vermelho. O código seria assim:

Este código cria toda a estrutura do botão. Agora falta definir as cores de fundo. Eu farei isso criando duas classes: btVerde e btVermelho. Essas classes serão utilizadas em pareceria com a classe botao

Agora, o HTML ficaria assim:

Porque criei os nomes das classes btVermelho e btVerde em vez de btCancelar e btSalvar? Porque pode ser que exista algum botão que também seja verde, mas não tenha a ação de salvar. Assim deixo meu leque aberto para novas atribuições.

Concluindo

Seguir esses pequenos detalhes evitam uma série de problemas comuns no desenvolvimento client-side. A reutilização de código CSS se torna real, a velocidade do carregamento melhora e os problemas de manutenção são solucionados. A flexibilidade que teremos ao modificar o CSS será muito grande e não aumentaremos nosso código a cada modificação feita. A ideia é que seu código CSS fique sob controle. A utilização de frameworks e bibliotecas podem ajudar em muitos momentos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *