Você se junta com amigos para criar um serviço baseado em web. Começam na sua garagem, por que é o único lugar espaçoso e de graça que conhecem. Um desses amigos é designer, o outro programador e o outro é um marketeiro de primeira. O time perfeito. Vocês criam um site sensacional com um vídeo animado feito por um ótimo ilustrador. Pronto, o circo a startup está montada.
Esse é um cenário clássico da criação de uma startup. Na verdade já é ultrapassada. Hoje o pessoal por aí inicia uma startup com cada um trabalhando da sua própria casa, com sua própria internet, com encontros regulares para planejar e afinar aquela ideia matadora ou nem tão matadora assim, mas que alguém em outro lugar do mundo fez e vocês querem adequar para o mercado local.
Lendo esse artigo da Exame, você pode começar a entender exatamente o que é uma startup.
Um trecho aqui:
Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.
Mas isso não se parece também com uma empresa? Eu comecei a minha empresa contratando minha irmã para atender telefone na casa do meu sócio. Mas isso aconteceu bem depois de ficarmos uns 6 meses atendendo nós mesmos. Éramos apenas eu e ele e depois a empresa começou a crescer.
O problema não é o que uma startup significa, o problema é que o pessoal acha o que ela significa. Não é difícil encontrar alguém com sorriso no rosto dizendo: “Eu tenho um startup.” Se isso o deixa feliz, não vou ser o cara que vai discutir com ele. Mas na boa, você não abre uma startup, você abre uma empresa. Startup é na verdade a fase inicial do que um dia será uma empresa. É um estado embrionário onde você adequa sua ideia ao mercado e entende exatamente quais os pontos fortes e fracos.
Quando você abre uma startup você precisa contratar, precisa pagar água, luz, telefone e internet. Precisa comprar móveis, precisa pagar faxineira e comprar computadores. Precisa pintar as paredes, precisa servir cafézinho, precisa fazer tudo o que uma empresa faz.
Ahh, mas a minha ideia não é igual a de uma empresa comum.
Defina o que é uma empresa comum e não é só por que sua empresa tem uma ideia interessante que você não vai pagar impostos.
No artigo da Exame ainda tem algumas características que definem uma startup. De acordo com o artigo uma startup é uma startup por que atua em:
– Um cenário de incerteza significa que não há como afirmar se aquela ideia e projeto de empresa irão realmente dar certo – ou ao menos se provarem sustentáveis.
– O modelo de negócios é como a startup gera valor – ou seja, como transforma seu trabalho em dinheiro. Por exemplo, um dos modelos de negócios do Google é cobrar por cada click nos anúncios mostrados nos resultados de busca – e esse modelo também é usado pelo Buscapé.com.
– Ser escalável é a chave de uma startup: significa crescer cada vez mais, sem que isso influencie no modelo de negócios. Crescer em receita, mas com custos crescendo bem mais lentamente. Isso fará com que a margem seja cada vez maior, acumulando lucros e gerando cada vez mais riqueza.
Você não abre um startup, você abre uma empresa. Essa empresa estará em uma fase de aprendizado. Nesta fase você poderá provar ou não se sua ideia pode ter resultados rápidos. Não precisa ser resultado financeiro – seria bom, mas pelo menos saber se há um real interesse do mercado pelo seu serviço.
Você só abre uma empresa de verdade quando você é ousado, assume o risco, levanta a bunda e se DEMITE. Cá entre nós, é muito fácil falar por aí que é empresário, quando se tem um salário todo mês caindo lá na sua conta. Se você tem uma empresa, você só cuida dela de verdade quando direciona atenção total ao empreendimento. Quando você “caga sangue” todo dia com medo de não ter o dinheiro certo no final do mês, você vai entender o que eu estou dizendo. É aí que você toma aquela atitude que vai mudar a sua vida inteira e também sua empresa.
Outra coisa é entender exatamente se você é o empresário ou o empreendedor. Você sabe qual a diferença dos dois? Pois é.
Muitas startups não se comportam como uma empresa mas como um garoto rico mimado, que acha que tem todo o dinheiro do mundo – que na verdade não é dele – para fazer o que quiser a hora que quiser. Para você que pensa assim um conselho: você está fazendo isso errado.
Repare nas manchetes quando visitamos a home desse site. Quando lemos notícias sobre pequenas empresas startups ganhando rios de dinheiro por simplesmente apresentaram uma ideia a alguém abonado, com certeza qualquer um quer abrir uma startupzinha para começar bem o dia.
Não trate sua startup como uma startup… Pelo menos não como as startups cools que temos visto por ai. Trate como uma empresa que precisa pagar as contas todos os meses. O jeito de pensar é totalmente diferente e você vai começar a abrir os olhos. Ganhar dinheiro de investidores é muito bom, todo mundo concorda, mas tem um preço. Nada vem de graça.
Outra assunto é sobre sociedade. Poderíamos falar um monte aqui sobre sociedade em empresas e etc. É um assunto muito extenso e importante. Mas se você abre uma startup que logo ganha uma grana, você precisa ter sócio – ou sócios – com a cabeça no lugar. Se para você dinheiro não é tudo e você está ali pela causa, tenha certeza de que seu sócio também tem esse pensamento. Quem tem sócio tem chefe. Pense nisso.
Abrir uma empresa séria e sólida, que sobreviva sozinha, que gere empregos, que tenha uma vida financeira saudável e principalmente que tenha altos e baixos não é tarefa para qualquer um. Faça isso pelo aprendizado. Dinheiro é legal, mas não pode ser o objetivo.
[UPDATE] Em tempo, acabei de ler esse artigo sensacional falando sobre quase o mesmo assunto.