Identificar erros, e suas causas, em uma aplicação web pode se tornar uma tarefa complicada. Ter algumas ferramentas à mão pode simplificar bastante essa missão.
Algo que provavelmente ajuda a rastrear uma falha são os logs da aplicação ou do servidor onde ela está sendo executada, mas não é fácil encontrar algo específico, especialmente se o volume de registros é grande.
Outra situação desagradável é quando os erros acontecem em situações específicas, difíceis de reproduzir.
Ainda pode haver um cenário em que as exceções acontecem com os usuários, mas nunca são reportadas aos desenvolvedores. E como verificar logs proativamente é algo muito improvável, esses erros ficam no esquecimento.
Pensando nesses obstáculos, o Airbrake pode facilitar muito a vida de quem desenvolve e mantém software para web. Conheci ele usando o Codebase (também uma excelente ferramenta, porém para gerenciamento de projetos), que tem integração na parte de tickets/rastreamento de bugs.
1. Qual é a mágica?
O princípio do funcionamento do Airbrake é bem simples: toda vez que uma exceção ou erro são gerados, as informações sobre a requisição, sessão do usuário e ambiente são enviadas para o servidor através da API. A partir dessas informações, são gerados relatórios e é possível realizar buscas no histórico. Uma grande vantagem é que os erros são agrupados, então se um mesmo acontece com frequência não “sujará” o log.
A cada novo erro na sua aplicação, uma notificação é enviada por e-mail.
2. Configurando o serviço
Para iniciar, você deve ter uma conta no Airbrake. Não há plano gratuito, mas existe um período de testes de 30 dias.
Ainda existe a opção de usar uma alternativa open source compatível com a mesma API, que é o Errbit, mas nesse caso você precisa instalar o serviço em um servidor próprio. Caso opte pelo Errbit, as instruções de instalação estão disponíveis no repositório do GitHub: https://github.com/errbit/errbit.
3. Instalação
Como minha linguagem do dia-a-dia é PHP, vou seguir com as instruções focando nela, mas a lógica de instalação não muda muito de uma linguagem para outra. Caso precise, no site do Airbrake existem instruções para outras linguagens.
Se você já estiver usando o Composer, basta adicionar a dependência no arquivo composer.json do seu projeto:
Se não usa o Composer, essa é uma ótima oportunidade para começar. O Andre Cardoso escreveu sobre ele aqui no Tableless: Composer para iniciantes.
Caso não esteja usando um framework, provavelmente precisará adicionar a chamada ao class loader do Composer:
4. Integração
Agora você precisa fazer com que as exceções e erros do PHP sejam enviadas para a o Airbrake, para isso você tem pelo menos dois caminhos possíveis de acordo com a estrutura do seu projeto:
Sem framework ou com um framework que não tem manipulação de exceções
Nesse caso, basta usar a manipulação de exceções da própria API, assim:
Lembrando de substituir o API_KEY pela sua própria chave da API do Airbrake.
Adicionando essa chamada logo no início do seu script ou em um dos pontos de entrada da sua aplicação as funções set_exception_handler e set_error_handler, do PHP, são chamadas.
Com framework que tem manipulação de exceções
Para registrar a API, basta usar o seguinte trecho de código junto ao manipulador de exceções do seu framework:
Para facilitar, para alguns, vou dar o exemplo em dois frameworks que tenho usado:
Com Laravel
Edite o arquivo app/start/global.php, da seguinte maneira:
Com Slim Framework
Edite o arquivo public/index.php, e adicione o seguinte trecho depois de ter instanciado a aplicação:
5. Um pequeno exemplo funcional
Caso você queira fazer um teste rápido, pode usar o seguinte script e executá-lo (depois de ter instalado a dependência com Composer).
A cada execução desse script, um novo registro de exceção deve ser gravado na sua conta no Airbrake.
Conclusão
O Airbrake não é a única opção disponível para gerenciar e rastrear as exceções da sua aplicação (apenas para citar mais uma opção, tenho usado o Sentry com sucesso em pelo menos um projeto), mas pode ser um ponto de partida interessante para que você tenha uma visão diferente, e mais prática, sobre os erros do seu código.
Caso você opte por usar o Errbit, talvez precise de algumas configurações mais avançadas (como determinar o host ou resource do serviço, por exemplo), então a documentação oficial da bilbioteca para PHP pode te ajudar: https://github.com/dbtlr/php-airbrake#configuration-options