Apple: quedas nas vendas, no lucro e na bolsa de valores preocupam

A Apple começou mal o ano de 2019. Já no dia 3 de janeiro seu valor de mercado encolheu mais de US$ 72 bilhões. No fim do mesmo mês, a empresa anunciou pela primeira vez em mais de uma década uma queda simultânea de lucro e receita em um quarto trimestre. Enquanto a sua receita

A Apple começou mal o ano de 2019. Já no dia 3 de janeiro seu valor de mercado encolheu mais de US$ 72 bilhões. No fim do mesmo mês, a empresa anunciou pela primeira vez em mais de uma década uma queda simultânea de lucro e receita em um quarto trimestre.

Enquanto a sua receita caiu 5% em relação ao ano anterior, seu lucro teve uma queda de 0,5%. A empresa estima uma receita de pouco mais de 78 bilhões de dólares no primeiro trimestre fiscal do ano, valor 7% mais baixo do que o previsto anteriormente.

As ações da Apple vêm apresentando um declínio quase constante desde outubro de 2018, com alguns picos ocasionais. Porém, foi no início de janeiro de 2019 que ela chegou ao seu ponto mais baixo desde julho de 2017. Embora tenha apresentado uma boa recuperação em fevereiro de 2019, as suas ações ainda permanecem 25% abaixo do nível recorde.

Um dos motivos do momento conturbado da empresa norte-americana é o declínio das vendas do iPhone, que caíram 15% no trimestre passado. De acordo com dados da Bloomberg, no ano fiscal de 2018 (1 de outubro de 2017 a 30 de setembro de 2018), as vendas do iPhone representaram mais de 60% da receita da Apple. O mercado chinês, por sua vez, responsável por quase 20% da receita total da empresa no mesmo período, é outro problema que a Apple vem enfrentando.

Dificuldades na China

A Apple culpou as dificuldades enfrentadas pela empresa no mercado chinês e a desaceleração econômica da China, além da supervalorização do dólar no mundo, pela sua queda recente. O CEO da Apple, Tim Cook, também colocou parte da culpa no presidente Donald Trump e sua recente guerra comercial com a China. Segundo ele, as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos chineses e vice-versa prejudicaram fortemente a empresa.

As vendas de produtos da Apple caíram 25% na China no quarto trimestre, enquanto a concorrente chinesa Huawei vem conquistando cada vez mais a preferência dos seus conterrâneos – possivelmente uma resposta patriótica do mercado chinês à prisão da diretora da Huawei no Canadá, a pedido dos Estados Unidos.

Como se não bastasse, um problema de segurança no iPhone, apontado por usuários do smartphone em janeiro, trouxe ainda mais dores de cabeça para a Apple. Devido a um bug no aplicativo FaceTime – agora já resolvido – era possível ver e ouvir o destinatário de uma chamada de vídeo antes que ele a atendesse.

Fonte: Pexels.com

Impacto internacional

As más notícias da Apple também afetam outros mercados. Após a queda da empresa norte-americana na Bolsa de Nova York, várias companhias que fabricam componentes para produtos da Apple também viram suas ações caírem drasticamente. Entre as mais afetadas estão a empresa suíça STMicroelectronics, a britânica Dialog Semiconductor e a austríaca AMS, que chegou a ter uma queda de 20%.

Wall Street ficou tensa após outros tombos de empresas norte-americanas no início do ano, como a Caterpillar e a Nvidia, que apresentaram resultados piores do que o esperado.

Novamente, a desaceleração da economia chinesa e a guerra comercial de Trump à China seriam os principais motivos. Enquanto o embate entre os dois países não se resolver, a instabilidade no mercado financeiro deve continuar, afetando não apenas a Apple.

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