Experiência cross-device

Eu vivo comentando aqui no Tableless sobre o desenvolvimento de sistemas e websites para os diversos meios de acesso. Eu falei sobre esse assunto em diversos artigos. Eu li um artigo chamado The Coming Zombie Apocalypse, escrito por Scott Jenson em abril deste ano. Este artigo me fez perceber que eu estava levando o assunto

Eu vivo comentando aqui no Tableless sobre o desenvolvimento de sistemas e websites para os diversos meios de acesso. Eu falei sobre esse assunto em diversos artigos. Eu li um artigo chamado The Coming Zombie Apocalypse, escrito por Scott Jenson em abril deste ano. Este artigo me fez perceber que eu estava levando o assunto muito superficialmente, mas que tem muito a ver com o artigo publicado aqui chamado A Experiência deve ter começo, meio e fim.

O artigo do Scott Jenson começa dizendo que a popularização dos smartphones são apenas o começo. Juntando o barateamento das peças para a produção destes aparelhos com a criação sistemas de baixo custo e acessíveis como o Android, não só estão surgindo dispositivos baratos capazes de fazer tarefas que antes eram possíveis apenas em computadores, mas dispositivos baratos baseados na web, trazendo uma experiência cross-device nunca antes experimentada. Um exemplo disso é quando utilizamos estes dispositivos integrados com aplicações como o sistema de som Sonos. O Scott Jenson chamada de Zombie Apocalypse dos eletrônicos.

O paradigma dos computadores desktops estão nos impedindo de enxergar novos caminhos não tão longes assim. Isso é totalmente evidente quando falamos sobre smartphones, no qual nós sabemos que não são computadores desktops e tão somente por isso nós temos outras experiências e outras abordargens quando estamos usando aparelhos deste tipo. Perceba que diversos serviços e aplicações estão sendo portados para os dispositivos móveis porque fazem mais sentido nesse meio. O Twitter mesmo foi criado inicialmente para publicações vindas apenas pelos smartphones. Foi um processo reverso.

Me lembro que aqui no Brasil o recebimento de SMS internacional era um problema em algumas operadoras. Muitos queriam utilizar o Twitter, mas não podiam atualizar suas timelines porque naquela época as atualizações eram feitas via SMS. Foi aí que a plataforma se popularizou e então a possibilidade de atualizar sua timeline por outros meios surgiu.

Há uma frase interessantíssima no artigo de Scott Jenson onde ele diz assim:

Minha tradução livre: “O problema é simples mas pernicioso: os designers pensam nas novas tecnologias baseando-se nas tarefas de ontem, falhando em ver claramente o real potencial das novas tecnologias.”

Muito óbvio. É por isso que o Windows Mobile falhou! A Microsoft durante muito tempo liderou o mercado de sistemas para mobiles com um sistema ruim, bugado e muito, mas muito inútil, simplesmente porque eles eram praticamente os únicos. O problema com o sistema deles foi a tentiva de portar os conceitos, experiências, comportamentos e tarefas do sistema dos desktops para os mobiles. Claramente um grande erro. Com o Windows Phone eles mudaram (tarde) o cenário. Eles criaram o Windows Phone levando em consideração os atos e comportamentos do usuário em aparelhos deste tipo. Não há nenhuma analogia aos desktops. E mais uma vez, algo que foi criado primeiramente para aparelhos móveis será portado para os desktops, que é o caso da interface Metro levada para o Windows 8.

Os PCs de hoje serão apenas hubs num futuro próximo. No cenário de hoje você escolhe entre Mac ou PC e baixa aplicativos que muito provavelmente funcionarão apenas para um destes sistemas. O modelo ideal, que já é mais real do que imaginamos, é que cada pessoa possa usar múltiplos dispositivos acessando um mesmo dado, uma mesma informação, normalmente pela núvem.

O exemplo do serviço de música via streaming Pandora é perfeito. Ele permite que nós possamos utilizar seus serviços em uma variedade gigante de dispositivos. Sempre sincronizando suas músicas via internet. Tudo sempre integrado. Aqui no Brasil, como o Pandora não funciona, talvez não seja a sua realidade… Entretanto estamos vivendo em um mundo onde o software, a aplicação, o serviço, define qual aparelho você vai comprar.

O Sonos é um aparelho de som Wi-Fi. Além do Pandora você pode sincronizar sua biblioteca de músicas de diversos outros serviços como iTunes ou o Spotify. Quando o conheci eu o quis sem pensar. Nada de iPod ou iPhone plugado no aparelho de som. Nada de fio p2-p2 para ligar meu celular ao aparelho de som… Eu quero ouvir minhas músicas livremente pelo serviço que eu mais gosto no sistema de som da minha casa. Mas quando eu for pra rua e quero continuar ouvindo a mesma biblioteca de música, só que agora no meu fone de ouvido. Essa integração entre dispositivos e softwares é incrível. Perceba que não estamos falando sobre um ecosistema fechado como o da Apple. Estamos falando de hardware e software de fabricantes diferentes, que prestam diferentes serviços, mas que se integram.

Entende o que é a experiência do usuário nesse cenário?

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