Bem-vindo à nossa coluna semanal Apple Breakfast, que inclui todas as notícias da Apple que você perdeu na semana passada em um resumo prático. Chamamos de Apple Breakfast porque achamos que combina muito bem com uma xícara de café ou chá de segunda-feira de manhã, mas é legal se você quiser ler também na hora do almoço ou do jantar.
Apple Vision Pro
Tempos difíceis em Cupertino, onde a equipe do Vision Pro recebeu recentemente a má notícia de que três dos maiores aplicativos para iPhone (YouTube, Netflix e Spotify) não aparecerão no novo fone de ouvido de realidade mista da Apple. Muitos outros aplicativos vai lançamento para visionOS, é claro, mas provavelmente não tantos quanto a Apple gostaria. Acredite em mim que esses três não serão os últimos a decidir que a coisa toda não vale o esforço.
No Apple Breakfast da semana passada, discuti o relacionamento espinhoso que a Apple tem com seus ‘parceiros’ de software e a maneira como anos de ressentimento e desconfiança podem ter contribuído para a relutância entre os desenvolvedores em jogar seu chapéu no ringue do Vision Pro. Mas esta semana eu gostaria de fugir dos sentimentos e falar sobre a dura e fria realidade de lançar uma nova plataforma e tentar persuadir outras empresas a se comprometerem com ela.
Entrevistado pela Stratechery na semana passada, o co-CEO da Netflix, Greg Peters, resumiu o dilema da Apple de forma bastante clara.
“Temos que ter cuidado ao garantir que não estamos investindo em lugares que não estão realmente rendendo retorno”, explicou ele, “e eu diria que veremos onde as coisas vão com o Vision Pro. Certamente, estamos sempre em discussões com a Apple para tentar descobrir isso, mas neste momento, o dispositivo é tão subescala que não é particularmente relevante para a maioria dos nossos membros.”
E aí está. O Vision Pro é muito “subescala”, uma maneira educada de dizer que muitas pessoas não vão desembolsar US$ 3.499 (valor de lançamento no EUA) por um fone de ouvido pesado com bateria fraca e nenhum aplicativo matador. (Esse último ponto é importante; voltaremos a ele.) No máximo, um aplicativo Netflix para visionOS seria usado por 500.000 pessoas este ano, e isso simplesmente não vale a pena para o trabalho de desenvolvimento como esse. projeto implicaria. É muito melhor esperar e ver se a coisa pega. Assim que Tim Cook começar a usar números que terminam com “illion” em vez de “ousand”, poderemos conversar.
Mas o próximo problema, como leitores com olhos de águia ou com cérebro de coruja perceberão instantaneamente, é que não conseguir proteger aplicativos de grandes nomes como o Netflix, por sua vez, torna menos provável o grande número de vendas. A primeira reação do cliente médio ao discurso de vendas do Vision Pro será perguntar: “O que eu realmente faço com isso?” E no momento, a resposta não é muito satisfatória. Você conversa por vídeo com pessoas, vê fotos e vídeos (impressionantemente envolventes) e visualiza a área de trabalho do Mac em um enorme ambiente virtual. “Haverá vídeos espaciais no YouTube?” Bem, talvez, mas não haverá um aplicativo do YouTube. Você precisará visualizá-lo através do navegador. O mesmo para programas da Netflix. O mesmo para música no Spotify. É um pouco… desanimador.
E assim vai, girando e girando, um círculo vicioso com arestas vivas. Não chame a atenção, você não entende os aplicativos. Não pegue os aplicativos, você não chama a atenção. É incrível que qualquer nova plataforma tecnológica decole, na verdade.
Existem soluções, é claro. Você pode intimidar as pessoas usando sua força corporativa ou suborná-las com contrapartidas. (O CEO da Netflix, Greg Peters, refere-se enigmaticamente a “discussões ativas” sobre “como poderíamos ajudar uns aos outros. Às vezes, encontramos um grande espaço de sobreposição”. Quem sabe o que isso significa?) Se você prometer a um desenvolvedor um tempo de estágio na WWDC, há uma boa chance de eles jogarem bola. Se você é um parceiro confiável com um relacionamento forte, os desenvolvedores podem apostar na esperança de coisas boas no futuro, mas como discutimos na semana passada, esse não é o ponto forte da Apple.
E o problema extra que o Vision Pro enfrenta é que ele parece ter uma grande barreira de entrada. Quando a Apple iniciou a App Store, muito de seu sucesso pode ser atribuído à maneira como os desenvolvedores de quartos podiam facilmente criar um jogo iOS simples e legal e saltar para o topo das paradas, o que desencadeou uma corrida ao ouro de desenvolvedores em busca de um pedaço de a acção. É difícil imaginar alguém lançando um aplicativo de computação espacial depois de chegar em casa depois de um turno no supermercado. Esta é uma plataforma que exige recursos corporativos, o que significa que os gestores intermédios fazem perguntas sobre o retorno do investimento.
O resultado mais provável é que o Vision Pro prospere como plataforma, simplesmente porque a Apple está tão perto de ser “grande demais para falir” quanto existe hoje na indústria de tecnologia. Os grandes nomes podem ficar de fora no início, mas alguns desenvolvedores de médio porte ganharão uma quantia decente de dinheiro no vácuo que deixarem, e as coisas irão decolar gradualmente; um círculo vicioso pode ser rapidamente substituído por um círculo virtuoso assim que o impulso começar a crescer. Eu simplesmente não consigo ver isso acontecendo rapidamente, o que será um teste de paciência da Apple. A Netflix não é a única empresa que se irrita com coisas que “não estão realmente rendendo retorno”.
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E com isso terminamos o Apple Breakfast desta semana. Se desejar receber resumos regulares, inscreva-se em nossos boletins informativos. Você também pode nos seguir no Facebook, Threads ou Twitter para discutir as últimas notícias da Apple. Até a próxima segunda-feira e fique Appley.
Apple Inc.
