O que acontece abaixo da linha do horizonte dos “freelas”

Atender a uma empresa organizada, chamada de TOP é o sonho de 10 entre cada 10  profissionais de TI. Quando digo uma empresa organizada não quero dizer tamanho da empresa, pois já ví micro e pequenas empresas com organização exemplar e o resultado da organização é saber o que quer. O oposto seria uma empresa

Atender a uma empresa organizada, chamada de TOP é o sonho de 10 entre cada 10  profissionais de TI. Quando digo uma empresa organizada não quero dizer tamanho da empresa, pois já ví micro e pequenas empresas com organização exemplar e o resultado da organização é saber o que quer. O oposto seria uma empresa desorganizada, do tipo de cliente mais difícil (e as vezes impossível) de atender: Aquele que não sabe o que quer.

Vamos supor que uma empresa precisa criar ou recriar seu site, mas chega a essa conclusão apenas porque clientes começam a contatar pedindo informações sobre seu produtos ou serviços na internet. 1, 2, 3 de repente 10 clientes pedem. Isso acaba chegando ao dono, ou gerente, ou responsável, enfim, quem decide as coisas. O responsável pega o telefone, liga para uma agência e pede dados a respeito de criação de um site. Essa agência vai até o cliente, faz uma reunião, colhe dados como:  Área de atuação, nicho de clientes, produto ou serviço oferecido etc. Depois faz uma pesquisa de mercado, analisa sites de concorrentes e cria um storeboard. Marca novamente com o cliente, faz um  workshop, discute opções de layout, cores e o “tamanho” do site. Então começa a trabalhar em um layout e finalmente oferece ao cliente juntamente com o valor e o contrato. Se aprovado, estabelece os prazos, faz os cheques e começa o trabalho. Senão, adeus e muito obrigado. Fica para a próxima.

Quem não se encaixa nessa forma de trabalho, recorre ao freelas. Na maioria dos casos é por indicação e o contrata tendo base nesse chamado portfólio. Outra parte comum são os profissionais que trabalham em pequenas agências e fazem um serviço “por fora” para baratear o preço final. Esses profissionais geralmente tem que agarrar tudo que aparecer, para poderem ter uma rentabilidade razoável. Você começa a fazer um site, descobre que o cliente não tem um logotipo padronizado, daí o cliente aproveita e já lhe pede pra fazer um cartão de visita, um folder, um email marketing, e por aí vai… Não há problema nisso, a menos que você heróicamente levante uma bandeira dizendo que é especializado, só faz site etc. São poucos, convém lembrar. Outro fator comum que vejo é que com clientes melhores, cumprem metas, prazos e paparicam o cliente, com outros nem tanto. Mas isso também faz parte do jogo, afinal existem clientes e clientes.

Mas o que realmente faz qualquer freela ficar doente são os clientes desorganizados. Recentemente fechei um site de um cliente assim. Ele tinha um site com mais de 5 anos no ar que já não servia pra mais nada. Como na época quem fez o site, fez em flash e no site só tinha o arquivo compilado. Até o telefone estava desatualizado e não dava pra alterar. Então, conforme eu falei acima – a questão dos clientes solicitando – perceberam que precisavam atualizar a coisa toda…Mas não tinham idéia de como queriam o novo site. Muito menos material para o mesmo. Resumindo, um cliente desorganizado.

Mas… Como faço para trabalhar então?

Simples, coloque algumas regras desde o primeiro telefonema e não ceda por nada neste mundo:

1) Tudo no papel.

Papel não esquece e não renegocia. Descreva da melhor forma possível o que vai ser feito e faça um contrato. E faça dele sempre o ponto de partida para qualquer negociação.

2) Defina Direitos e Deveres.

Que parte lhe cabe e qual parte cabe ao cliente? Sim o cliente também tem obrigação de fornecer algum material. Defina detalhadamente tudo : Fotos, textos, páginas, etc. Ele não tem nada? Então você vai ter que providenciar e deixe claro que vai cobrar por isso. Ah, não se esqueça de pôr isso no contrato também.

3) É um serviço baseado em layout?

Como um site por exemplo. Antes de aprovar faça uma imagem, imprima e certifique-se do cliente assinar tudo que for mandado e aprovado. Depois disso, você começa a fazer o código. Assim você não vai cair na armadilha do “mais um botãozinho aqui, um menuzinho ali, uma fotinho lá”.

4) Pagamento.

Ah o pagamento… Pra isso trabalhamos não é mesmo? Exigir um adiantamento é ruim, passa uma imagem inapropriada a seu respeito. 10% é o valor máximo ao fechar um serviço. Comece a trabalhar, se descobrir que é um cliente desorganizado fica mais fácil de você pular fora. E 50% na entrega. Sem pagamento, sem entrega. Simples assim.

5) Tenha prazer no que faz.

Tá até ficando batido ouvir isso, mas essa é a máxima de qualquer profissional. Se o serviço não correr pro lado que lhe agrade, algo está errado. Se possível tente explicar e orientar o cliente de que ele está desviando do objetivo. Lembre-se você é o especialista, ele não.

6) Divulgue seu serviço.

Você é um freela e depende de divulgação para ter mais trabalhos. Hoje isso está extremamente facilitado pelas redes sociais. Use e abuse da mesmas. Divulgue TODOS os seus serviços porque isso também vai lhe servir de controle de qualidade. Se você não quer divulgar algo que fez, releia o item 5.

7) Estabeleça um valor por hora.

Se você não sabe quanto quer ganhar por hora trabalhada, como fará um orçamento? É muito importante saber o seu custo para então juntamente com a previsão de horas trabalhadas gerar um orçamento. Convém também colocar no contrato e notificar que serviços extras ao orçado serão cobrado como horas técnicas e já informar o valor. 😉

Bom são essas regras que adquirí com alguns anos trabalhando na área. Me proporcionam uma forma para administrar os serviços da melhor forma possível. Claro que com o passar do tempo cada um vai adaptando uma ou outra regra a sua realidade, mas garanto que não vai fugir muito disso.

Espero poder ter ajudado com esse “bate-papo” e comentem a opinião de vocês.

Grande abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *