Popularização de transmissões ao vivo pela internet incrementa democracia nas redes

Até o ano de 2005, a internet de banda larga não era ainda realidade em boa parte dos lares brasileiros que possuíam aparelhos disponíveis para acesso à rede mundial de computadores. Raros também eram os celulares com acesso à internet, que na época custavam caro, tendo, portanto, poucos usuários. Por sorte – e também por
Popularização de transmissões ao vivo pela internet incrementa democracia nas redes

Até o ano de 2005, a internet de banda larga não era ainda realidade em boa parte dos lares brasileiros que possuíam aparelhos disponíveis para acesso à rede mundial de computadores. Raros também eram os celulares com acesso à internet, que na época custavam caro, tendo, portanto, poucos usuários.

Por sorte – e também por incentivos do governo e do mercado –, o Brasil viu a internet banda larga tornar-se majoritária poucos anos depois. A referida tecnologia, que continua a crescer em acesso nos últimos anos, foi uma revolução dentro do meio de telecomunicações do país, uma vez que websites que antes levavam minutos para carregar eram agora acessados em questão de segundos.

As possibilidades do que poderia ser feito pela internet se multiplicaram. A partir daquele ponto, vídeos e músicas poderiam ser baixados e transmitidos em tempo real. Os tempos de ter que deixar aberto o jogo online ou o aplicativo de downloads, e não os dois simultaneamente por conta das limitações da internet discada, deram-se por encerrados em boa parte dos lares brasileiros.

Alguns anos depois, os celulares entraram na onda. A rede móvel melhorou exponencialmente tanto em qualidade quanto em cobertura, e os aparelhos seguiram a mesma curva. Hoje em dia é quase impossível ver celulares, até mesmo da linha básica, que não contem com a tecnologia 4G de transmissão de dados, que resolveu problemas tanto de largura de banda quanto de latência no uso da internet móvel.

É por meio dessa base montada que as transmissões pela internet têm se tornado cada vez mais populares. Há opções para todos os gostos, desde os que querem ver shows ao vivo de seus artistas favoritos até os gamers mais dedicados.

Plataformas diferentes para cada tipo de transmissão ao vivo

O YouTube é muito mais conhecido pelo público em geral pela sua vasta quantidade de vídeos disponíveis na plataforma. Entretanto, este ano suas transmissões ao vivo têm ficado cada vez mais famosas graças aos artistas que têm feito shows utilizando a plataforma. O serviço de vídeos da Google oferece várias vantagens para quem faz transmissões por lá, como os Superchats – possibilitando o envio de mensagens em destaque nos chats de transmissão por diferentes quantias monetárias – e as assinaturas, por meio das quais os fãs do canal oferecem uma quantidade pequena de dinheiro em troca de diferentes emojis que podem ser usados YouTube afora.

A grande rival do YouTube no mundo das transmissões é a plataforma de streaming de games Twitch. Nos seus primeiros anos, a subsidiária da Amazon tinha foco quase total em jogos eletrônicos, mas em tempos atuais tem-se visto cada vez mais canais dedicados apenas a conversas com seus espectadores atraindo dezenas de milhares de pessoas todos os dias. Além do serviço de assinatura semelhante ao empregado pelo YouTube, a Twitch também ajuda o usuário a achar os melhores canais conforme seus gostos por meio das “etiquetas”, que indicam o conteúdo das transmissões que estão sendo feitas.

Outra gigante da tecnologia, o Facebook, também entrou na jogada. A aba “ao vivo” do Facebook Watch possui canais de transmissão de jogos e também de notícias de todas as partes do mundo, com recomendações baseadas em algoritmos que retornam ao usuário os canais que mais se alinham aos seus gostos.

Completando a lista, temos o Periscope. O programa permite que transmissões ao vivo sejam realizadas a partir de celulares, com divulgação por meio da rede social da sua empresa proprietária, a Twitter. O Periscope é amplamente utilizado por famosos e pessoas do meio político que querem entrar em contato com seus seguidores de forma instantânea, sem precisar do trabalho de montar placas de captura, interfaces e tantas outros elementos que envolvem transmissões por meio das plataformas anteriormente mencionadas.

Os eSports são altamente beneficiados pela internet banda larga

Uma das indústrias que mais se beneficiaram com a popularização da internet banda larga foi a de jogos eletrônicos. O processo levou não só ao aumento do seu mercado consumidor, mas também à possibilidade de transmissão de torneios de videogames por meio da rede.

Hoje, tais torneios compõem o que se chama de eSports. O Brasil é um dos maiores mercados dessa indústria jovem e promissora, com 21,2 milhões de espectadores no país em 2019. No ranking de audiência, ficamos atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Isso explica em grande parte o fato de os eSports terem papel de grande destaque na supracitada Twitch, que oferece uma aba dedicada aos torneios que hoje tomam as telas de PCs, celulares e TVs praticamente de forma diária. As “modalidades” são representadas por jogos dos mais diferentes gêneros, desde games de tiro, como Counter-Strike, até os de batalha em arena, comumente representados por League of Legends e DotA 2.

É possível também acompanhar o cenário de eSports por meio de aplicativos como o Strafe Esports, que oferece alertas e notícias sobre jogos ao vivo, e por meio de site de apostas em eSports como a da Betway, na qual é possível checar as chances de vitória dos confrontos por meio das odds disponibilizadas em seu site. Para os que possuem TV por assinatura, canais como SporTV transmitem alguns dos principais torneios de eSports do Brasil, incluindo o Campeonato Brasileiro de League of Legends, conhecido como CBLoL. Essa profusão de canais de comunicação dedicados a fazer a cobertura do setor demonstra como esse ramo realmente está crescendo não apenas no Brasil, mas mundo afora.

Democracia digital

Para além do âmbito de amplo acesso à informação que a internet promoveu, há também a “democracia” gerada pela rede que permite que qualquer pessoa se transforme em um produtor de conteúdo. Muitas vezes, os itens usados para assistir ao conteúdo de outras pessoas já basta para que você possa ser um produtor também.

Tal democratização é quiçá um dos aspectos mais fascinantes das redes, uma vez que ela engloba tanto o âmbito de inclusão digital e acessibilidade quanto ferramentas que dão voz para quem muitas vezes não encontra espaço em mídias tradicionais. Alguns dos meios alternativos de transmissão de conteúdo podem trazer à tona novas mídias e até mesmo novos movimentos políticos e sociais de maneira praticamente natural. E, conforme comentado, você mesmo pode fazer parte deste novo mundo sendo mais do que um espectador. Basta um bom jogo de luzes, uma câmera na mão e uma boa ideia em mente para entrar no jogo!

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